Basta olhar com um pouco mais de cuidado para os prédios espalhados pelas ruas de Florianópolis para perceber que é grande o número de edificações que possuem obras de arte em suas fachadas.

Continua depois da publicidade

Um empreendimento que será lançado no mês que vem – com previsão de entrega para 2016 – utiliza a arte como conceito. O hall do edifício residencial que será construído no Centro vai contar com uma galeria com obras de 10 artistas da região da Grande Florianópolis. O espaço não ficará aberto ao público, mas uma parede de vidro deixará os trabalhos à mostra para quem passar pela rua.

– A ideia é valorizar a arte local e disponibilizá-la para pessoas que moram e que não moram no prédio – explica o diretor do Grupo Dimas, Fabricio Schveitzer.

Atualmente, o tema é um dos principais no que diz respeito ao desenho urbano, de acordo com o professor de arquitetura da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e fundador do Grupo de Estudos de Arte Pública do Brasil (GEAP), Cesar Floriano dos Santos. Houve uma retomada de inserção de obras de arte nas cidades a partir da década de 1960.

Continua depois da publicidade

::Cidade de Barcelona é referência mundial

– Entendemos a arte pública dentro de um campo expandido. Monumentos, jardins, esculturas, painéis, grafites, instalações, mobiliários urbanos com autoria e novas tecnologias, como projeções de luzes, fazem parte deste conceito – explica.

Este tipo de legislação surgiu na Europa, depois da Segunda Guerra, quando toda a edificação pública deveria dispor de 2% do valor previsto para a inserção de uma obra de arte. Segundo o professor, esta prática se alastrou pelo mundo e é amplamente aplicada nos Estados Unidos.

– No Brasil, existem leis como esta em várias cidades, como Porto Alegre, Vitória e Camboriú. Recife, por exemplo, obriga todos os edifícios a inserirem arte nos seus projetos – afirma Cesar Floriano.

Continua depois da publicidade

O professor da UFSC, que atualmente atua como secretário adjunto da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (SMDU), defende a abertura de concursos para a seleção de trabalhos a serem expostos.

– No mundo, temos a cidade de Barcelona, na Espanha, como referência. Lá, além dos concursos, existem curadorias específicas para a arte pública.