Narrar jogos de futebol e dançar: apesar de diferentes, as duas atividades estão presentes na vida de Renata Silveira. Além de ser narradora esportiva da Globo, ela também dedica o tempo às coreografias de balé, jazz e sapateado. Aos 32 anos, Renata é sócia-diretora da Academia La Vie Danse, grupo de dançarinos do Rio de Janeiro que irá se apresentar pela primeira vez na mostra competitiva do Festival de Dança de Joinville.

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Em entrevista exclusiva ao AN, ela relatou como concilia as duas profissões e o que espera do evento que acontece em julho. Para entender a relação entre o Festival e a primeira mulher a narrar Copa do Mundo na TV aberta, é necessário voltar no tempo para conhecer a história de Renata.

A dança sempre esteve presente na trajetória da narradora, atuando, inclusive, como dançarina da Xuxa e de novelas da Globo. Ela começou com três anos e, desde então, não parou mais.

O envolvimento entre dança e esporte foi desde o início da vida. Na infância, as coreografias andaram de mãos dadas com o futebol, pois costumava frequentar estádios com o pai e a irmã.

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Renata Silveira
Renata é proprietária de renomada academia de dança no Rio de Janeiro (Foto: Arquivo pessoal)

Aos 15 anos, Renata começou a encarar a dança de maneira profissional, quando conseguiu o primeiro emprego. Na época, o pai possuía uma empresa que chegou a falir após algumas dificuldades financeiras. Com a complicação na economia familiar, a mãe sugeriu que Renata e a irmã trabalhassem como dançarinas.

Na juventude, ela teve a primeira experiência ao conciliar a profissão de professora com uma outra tarefa. A narradora começou a fazer faculdade de educação física, um curso que permitia aproximá-la da dança e ampliar o interesse por todos os esportes.

Negócio próprio no ramo da dança

Depois da graduação, Renata procurou uma especialização. Devido ao “encanto pelo mundo da TV”, por ter feito educação física e ser apaixonada por esporte, ela encontrou no jornalismo esportivo, o caminho para essa busca.

Apesar de ser contraditório aos ofícios do jornalismo esportivo, foi durante a pós-graduação que a Academia La Vie Danse nasceu. Em uma matéria sobre empreendedorismo, Renata percebeu a possibilidade de abrir o próprio negócio envolvendo a dança. A dançarina resolveu abraçar a ideia, pois gerenciar uma empresa seria menos desgastante do que dar aulas.

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– Lembro até hoje do professor entrando na sala e falando, olha gente, essa matéria aqui vocês vão ter que colocar no papel uma empresa, aí meu amigo perguntou, ‘precisa ser alguma coisa voltada para esporte, jornalismo?’, e o professor falou ‘não, qualquer coisa, se quiser pode ser um restaurante, eu quero que vocês aprendam a abrir uma empresa’. Aí na hora surgiu uma lâmpada na minha cabeça, uma academia, porque é o que eu domino desde sempre e eu realmente não me via trabalhando com dança dentro de sala de aula – explica.

Três meses após essa aula, a academia já existia. Fundada em 2015, atualmente a La Vie Danse conta com cerca de 400 alunos e mais de 15 professores. Um dos diferenciais do espaço é a diversidade, tanto para as coreografias quanto para os públicos. Renata comenta que há turmas desde crianças até idosos, com aulas de danças como balé, jazz, sapateado, hip hop, zumba e stiletto.

Estreia na Mostra Competitiva do Festival de Dança

O grupo de Renata irá participar pela sexta vez do festival em Joinville. Logo quando o espaço foi montado, a narradora propôs inscrever a academia no evento para verificar o nível técnico e quais academias estavam concorrendo.

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Em outras edições, Renata se apresentou nos palcos de Joinville, mas dessa vez, ela irá acompanhar os colegas na plateia. Contudo, a participação promete ser especial, já que será a primeira vez que irão se apresentar também na Mostra Competitiva. Para essa modalidade, estão previstas as coreografias de solo sapateado e duo.

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– Esse ano é a primeira vez que a gente vai ter o nome da academia anunciado no palco competitivo. Então por isso essa felicidade maior, de estar lá esse ano. Porque desde 2016, a gente vai para se apresentar nos palcos, na feira da sapatilha, nos shoppings e nas praças. Esse é o ano que a gente vai para dançar nos palcos abertos, mas também dançar pela primeira vez no palco competitivo – comenta. 

Para Renata, essa nova oportunidade é um sonho realizado, pois reconhece o trabalho feito dentro da sala de aula. O grupo da narradora vem a Joinville em 18 de julho e volta para o Rio de Janeiro no dia 24.

Dificuldades para conciliar a narração e a dança

Mesmo sendo proprietária da academia, Renata continuou trabalhando como professora até 2020. Em 2018, foi contratada pela Fox Sports como narradora, e dois anos depois se transferiu para a Globo. O trabalho intenso no jornalismo esportivo e as outras condições da vida social colocaram percalços na rotina das aulas na La Vie Danse.

– É uma dedicação 100%. Porque se eu não estava narrando, estava lá na academia. Eu tenho um filho também. Então, é cuidar da casa e do filho. A vida social é praticamente zero, o tempo que eu tinha queria ficar com o Bernardo (filho). E sempre me dedicando muito porque eu estava estudando para o jogo – declara.

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Devido às inúmeras tarefas no dia a dia, Renata passou a se dedicar somente à parte administrativa da La Vie Danse. Um cargo que é mais flexível e condiz com as possibilidades de tempo livre da narradora, que também cuida do marketing do local.

Apesar da rotina apertada pelos compromissos da narração esportiva, a dançarina não abandonou a dança do dia a dia. Pelo contrário, sempre que pode, participa de atividades na academia e ajuda os bailarinos a desenvolverem as coreografias.

– São as minhas duas paixões, a dança e o futebol. Além de serem paixões, são as minhas profissões. Eu sou muito feliz por trabalhar com o que eu gosto – afirma.

Sob supervisão de Lucas Paraizo

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