Da mistura de Nardo (diminutivo de Reinaldo) com mortadela surgiu o apelido de Reinaldo Antônio Baldessin, o famoso Nardela. Nascido e criado no interior de São Paulo, o garoto prodígio do XV de Piracicaba, que adorava comer pão francês com o embutido, se lançou ao mundo do futebol cedo. E não demorou a brilhar. Aos16 anos, na sua estreia como profissional, em 1974, deu a vitória para o desacreditado time de Piracicaba sobre a Ponte Preta, que lutava por uma vaga na fase mata-mata do Campeonato Paulista daquele ano.

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– O pessoal do América de Rio Preto nos ofereceu uma mala cheia de dinheiro para ganhar da Ponte Preta e tirar a Macaca da competição. Eu nunca tinha visto tanto dinheiro na minha vida – lembra, aos risos, o ex-jogador.

Após muita relutância, Nardela chegou ao Joinville em agosto de 1980. Aos 22 anos, o jovem atleta não queria deixar o mercado paulista para se esconder no Norte de Santa Catarina. O presidente Waldomiro Schützler fazia contato praticamente todos os dias com os dirigentes do Guarani, donos do passe do jogador. Nardela, na expectativa de não ser contratado, quadruplicou as cifras do valor das luvas. Mesmo assim, teve a contraproposta aceita por Waldomiro.

Foi assim, contra a vontade, que a cidade recebia um dos maiores craques que o Joinville já viu jogar.

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Em 1985, na famosa invasão de torcedores joinvilenses a Itajaí, Nardela já havia se tornado um dos ícones do Tricolor. Milhares de pessoas lotavam os ônibus que chegavam a cada minuto na cidade portuária. Uma declaração do treinador avaiano Lauro Búrigo na imprensa inflamou os jogadores e torcedores, que, mesmo vindo de boas atuações consecutivas, queriam o octocampeonato a todo custo.

O Estádio Hercílio Luz se tornou o lar do Joinville. E, para a alegria geral da massa, João Carlos Maringá abriu o marcador com um minuto de jogo, em um toque sútil que encobriu o goleiro. Aos 45 minutos da segunda etapa, quando a torcida já se preparava para invadir o gramado, Geraldo avançou livre pela direita antes de cruzar forte e rasteiro para a definição de Paulo Egídio, que só teve o trabalho de empurrar para o fundo do gol.

Em 11 de dezembro de 1985, o Joinville definitivamente registraria seu nome na história dos estaduais pelo Brasil, com oito títulos estaduais consecutivos, de 1978 a 1985, e nove no total.

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