Durante o último mês, bastava ir ao Itapemirim Clube de Campo, em Itajaí, para vê-lo jogar. Hoje, quem quiser conferir Rogério Dutra da Silva em quadra precisa sintonizar a TV na ESPN ou no Sportv2, a partir das 12h. Rogerinho, 29 anos, terá pela frente ninguém menos que Rafael Nadal na segunda rodada do US Open.

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O brasileiro avançou no torneio em um jogo emocionante, que começou na segunda-feira e terminou na terça, por conta da chuva. Contra Vasek Pospisil, o paulista salvou sete match points, virou uma desvantagem de 2 sets a 0 e saiu com uma vitória épica.

Será o primeiro duelo entre os dois – e o momento não é dos mais favoráveis para o brasileiro. Nadal já conquistou nove títulos na temporada e segue invicto em quadras duras em 2013.

De Nova York, Rogerinho conversou por telefone com o DC. O número 134 do mundo falou sobre o confronto, comentou os treinamentos em SC e analisou o momento do tênis brasileiro.

Diário Catarinense – Qual a expectativa para o jogo contra Rafael Nadal?

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Rogerinho – Expectativa é muito boa, todos os atletas querem jogar com os melhores. Vou tirar proveito da situação. Lógico, respeitando ele, mas também pensando em ganhar. Acho que não se pode desistir nunca.

DC – O que é necessário para vencê-lo?

Rogerinho – É preciso manter o foco, desfrutar a situação. É difícil falar como jogar contra o Nadal, o cara já ganhou tudo. Vou entrar tranquilo e focado. Estou bem mentalmente, estou confiante, vou tentar levar isso para a quadra e fazer o melhor jogo possível.

DC – Você fez algum estudo sobre ele?

Rogerinho – Estamos estudando desde que acabou o jogo de ontem (terça- feira), mas ainda não definimos totalmente como vai ser feito.

DC – Os olhos do país estarão em você hoje. Como você se sente?

Rogerinho – É bacana. Eu trabalhei duro para chegar aqui. Sou um cara que gosta muito do Brasil. O povo é sofrido, mas é um povo alegre, que não desiste. Fico honrado em representar o país. Quanto mais gente me assistindo e passando uma energia boa, melhor. Vou tentar captá-la do melhor modo possível.

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DC – Há quanto tempo você treina no Itamirim Clube de Campo, em Itajaí?

Rogerinho – Eu fiz minha preparação para o US Open em Itajaí. Estava voltando de lesão, um momento complicado da minha carreira, e o Marcos Daniel, que é um amigo de longa data, me abriu as portas de lá. Fui muito bem acolhido. Me surpreendi, encontrei uma estrutura com tudo que um jogador de alto rendimento precisa. Provavelmente voltarei a treinar lá quando estiver no Brasil, porque eu aprendi bastante com eles.

DC – Como você enxerga o momento do tênis brasileiro?

Rogerinho – Enxergo muito bem, apesar de não termos um Top 100 no momento. O tênis está passando por uma reformulação bacana, estão vindo jogadores que ainda darão muito o que falar. Esse trabalho demora um pouco para aparecer, mas, quando aparecer, será bem mais sólido e com mais base. O Brasil nunca teve uma base tão boa.