O prefeito de Pescaria Brava, no Sul catarinense, Antonio Avelino Honorato (PSDB), projeta reflexos econômicos positivos e melhorias em infraestrutura caso o governo do Estado escolha o município para receber a Penitenciária estadual que estava prevista para Imaruí.

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Por telefone, na tarde desta quinta-feira, o prefeito revelou ao Diário Catarinense a sua opinião sobre a sondagem feita pelo governo do Estado. Pescaria Brava fica a 110 quilômetros de Florianópolis.

Diário Catarinense – Existe negociação?

Antonio Avelino Honorato – Não vou negar que nas vezes em que estive com o governador a gente abordou o tema penitenciária, mas de maneira para ter conhecimento da atual situação que se encontra a de Imaruí. Não foi nada oficial. Agora, diante das matérias, aguçou a minha curiosidade em saber a respeito, no que significa em termos de investimentos ao município, quais os problemas que poderia vir. Não sou dono da cidade, apenas o prefeito. Portanto, não quero nada que seja ruim. Quero realmente fazer jus a luta da emancipação política que tivemos. A Penitenciária, se por ventura trouxer qualidade de vida a nossa região, investimentos, desenvolvimentos, eu não vejo nenhuma razão para se preocupar. Temos a Penitenciária de Florianópolis que é arcaica, de quase 100 anos e Penitenciária não pode ser depósito de gente e sim um local onde o governo quer realmente recuperar pessoas, que pode acontecer com qualquer um de nós uma fatalidade. Os investimentos que viriam para cá, mais de R$ 60 milhões é o valor da construção, mais de 20 mil metros quadrados de área construída…

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DC – Tem terreno já?

Antonio – Na verdade não estamos procurando área, estamos apenas analisando. Devo ter um contato oficial com o governador para tratar do assunto e vamos ver se dispomos de área que possa receber o complexo penitenciário.

DC – Pela sua fala, noto que o senhor é favorável à Penitenciária desde que ela traga investimentos?

Antonio – Dou um exemplo claro: hoje estou tentando trazer três empresas ao meu município. Tenho que disponibilizar terreno, terraplenagem, acesso a essa empresa, energia de qualidade, água, isenção fiscal de 10 a 20 anos, o que é de suma importância e num segundo, terceiro momento vamos ganhar. A Penitenciária eles compram terreno, fazem terraplenagem, contratam as pessoas daqui, vai gerar emprego, vai ter recursos aqui, eles são dois acessos pavimentados, todo o aparato de segurança que vem para o município. De certa forma, nenhum bandido vai vir para cá, vai querer distância de Pescaria Brava. O setor imobiliário vai crescer, terrenos vão valorizar, a própria construção do empreendimento vai render ao município R$ 3 milhões de ISS (Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza), o incremento de R$ 1 milhão/mês na receita, a carceragem vai ser terceirizada com 200 a 300 homens que vão morar na região, são 30, 40 profissionais na área social, na de psicologia, médicos, centro médico que vai atender a população. Quantos anos será que Pescaria necessita para ter tudo isso? Tenho que levar isso ao conhecimento da sociedade. Não podemos é discutir isso com baderna como aconteceu em Imaruí. Lá virou procedimento político partidário, não quero isso aqui.

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DC – A sua visão é totalmente diferente a de Imaruí, que viu problemas…

Antonio – Na verdade eu gostaria de saber qual é o problema, eu não consigo ver.

DC – O senhor não espera ter resistência contrária da comunidade?

Antonio – Eu não tenho essa leitura agora. Eu tenho que levar isso ao conhecimento da sociedade para que possa ouvir quais os benefícios. Não vou admitir que por fatos políticos alguém queira ser contra.