A mãe da criança morta pelo próprio pai em Guaramirim, no Norte de SC, prestou depoimento na última terça-feira (15). Segundo o delegado Augusto Melo Brandão, a mulher afirmou que o ex-companheiro não tinha histórico de violência contra ela ou a filha.

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Brandão diz que a mãe apenas relatou atos de alienação parental cometidos pelo pai com a menina. Esta é uma prática em que um dos pais tenta desconstruir a imagem do outro para o filho. No entanto, o delegado afirma que esta ocorrência não tem enquadramento criminal, sendo resolvida pelos advogados das partes.

Em depoimento, a mãe disse que tinha muita dificuldade em falar com a filha porque o pai não a deixava falar com a menina. Segundo o relato, o homem usava a criança como moeda de troca para que a ex-companheira voltasse a morar com ele.

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Após a separação, no início deste ano, a guarda da menina permaneceu compartilhada em um acordo entre os pais, sem envolvimento da Justiça. No entanto, os depoimentos mostram que a guarda não era respeitada.

Segundo o delegado, o depoimento da mãe foi entregue ao Ministério Público e os celulares dos pais foram encaminhados para perícia. A menina de cinco anos foi encontrada com sinais de estrangulamento no último sábado (12) e o pai confessou o crime à polícia.

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Homem teria usado camiseta para estrangular a filha em Guaramirim
Homem teria usado camiseta para estrangular a filha em Guaramirim (Foto: Polícia Militar, Divulgação)

Mãe procurou o conselho tutelar dois dias antes do crime

Em reportagem exclusiva, o AN trouxe o detalhamento do cenário familiar conturbado em que vivia a criança, com histórico de boletins de ocorrência e brigas pela guarda da menina, segundo relatos da Polícia Civil e do conselho tutelar. Os problemas duraram meses e, dois dias antes do crime, autoridades foram acionadas pela mãe.

Na última quinta-feira (10), a mãe da menina entrou em contato com o conselho tutelar afirmando que não via a filha há 30 dias. Ela foi orientada a ir até a casa do ex-companheiro e, caso ele não a deixasse ver a filha, a mulher deveria ligar para a Polícia Militar e para o conselho. No entanto, o órgão não foi acionado, segundo a conselheira tutelar Everli Safanelli.

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