Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, nesta quinta-feira, o ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello voltou a afirmar que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não resolverá a crise política no país. As informações são da Rádio Gaúcha.
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— Não teremos melhores dias, não teremos um Brasil sonhado afastando a presidente da cadeira máxima de chefe do país — analisou.
O ministro prosseguiu citando uma frase do romance O inverno da nossa esperança, do escritor norte-americano John Steinbeck:
— Quando uma luz se apaga, fica mais escuro do que se jamais ela tivesse brilhado.
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A análise está relacionada ao apoio de parte da sociedade ao governo Dilma e ao fato de representantes do Partido dos Trabalhadores já terem declarado oposição a um possível governo do atual vice-presidente Michel Temer. Para Mello, a situação divide a sociedade em dois seguimentos – diferentemente do cenário em torno do impeachment do ex-presidente Fernando Collor, em 1992.
— Hoje, nós temos dois seguimentos aguerridos. Evidentemente, quem assumir a cadeira da presidente terá a oposição acirrada do PT — apontou.
— Poderíamos ter conflitos sociais, e isso não interessa a nacionalidade. O que interessa é que o Executivo e o Legislativo sentem à mesa e discutam as medidas indispensáveis para o combate da crise que maltrata o cidadão — completou.
Sobre a possibilidade de o governo recorrer no STF da decisão do processo de impeachment, Mello declarou que o judiciário é ¿a última trincheira da cidadania¿, mas que a possibilidade existe.
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— Eu continuo acreditando que o judiciário é última trincheira da cidadania e aquele que tiver um direito colocado em segundo plano poderá recorrer — declarou.
— Não vamos analisar a questão política, mas a questão jurídica constitucional poderá ser apreciada pelo Supremo — acrescentou.