O governador Raimundo Colombo (PSD) não vai fazer nenhum gesto para impedir que o PSD tenha candidato a governador em 2018 em nome da manutenção da aliança com o
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PMDB. O pessedista disse ser natural que os dois partidos se enfrentem em sua sucessão, embora acredite que possa haver composição.
Ele falou sobre isso na manhã de sexta-feira, na Casa d?Agronômica, em Florianópolis, durante entrevista coletiva e após o anúncio do cronograma de pagamentos dos salários e do 13º do funcionalismo no final do ano e da remessa à Assembleia Legislativa do projeto que extingue Codesc, Cohab e Bescor. Leia a seguir a entrevista na íntegra:
Candidatura do PSD em 2018
– Acho natural que cada partido tenha seu candidato ao governo. Não vou impedir que qualquer companheiro que se entenda qualificado abra seu espaço político. Sempre lutei por isso quando fui candidato e não partirá de mim qualquer gesto que impeça alguém de ser candidato. Se o meu partido tiver um bom candidato, eu irei ajudar.
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Compromisso com o PMDB
– Temos o compromisso de fazer um bom governo juntos, de respeito, reciprocidade. Sou muito grato ao PMDB, mas isso não me obriga, em nenhum momento, a impedir que meu partido tenha candidato. Não tenho esse direito, não exercerei esse papel e não é justo que peçam isso para mim (sobre a manutenção da aliança em 2018). Vai depender das circunstâncias, a política é muito dinâmica. Ninguém acreditava que a Assembleia Legislativa fizesse esse trabalho que fez e deu tudo certo (divisão do mandato para presidência entre PMDB e PP). Política é jeito, mas tem que respeitar as pessoas.
Disputa interna no PSD e no PMDB
– É legítimo que cada um tenhaseu candidato a governador e lute muito para que ele seja o mais forte. Lá no final as pessoas vão conversar e a tendência vai ser o resultado do trabalho.Agora é hora de plantar. Quem plantar mais e melhor, vai colher mais e melhor. Do ponto de vista da administração, todos ajudam. Do ponto de vista político, é natural que os dois maiores partidos tenham projetos diferentes. Nada vai se decidir antes de junho de 2018.
Presidência em 2018
– Gosto muito do Geraldo Alckmin (PSDB), tenho falado muito com ele.Hoje,ele tem a minha maior simpatia.Se ele for o candidato a presidente, gostaria muito de ajudá-lo.
PSDB no secretariado
– Telefonei para o Marcos Vieira ontem (quinta-feira) e ficamos de conversar durante o feriado. Vou avaliar se há interesse comum e se há pessoas nas áreas que eu preciso.
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(Sobre o PSDB ocupar a Secretaria de Turismo,Cultura e Esporte) É uma ideia. Vou procurar conversar. Nós temos um bom apoio na Assembleia.O PSDB e o PP têm nos
ajudado. É importante também que eles assumam responsabilidades.
PP e PMDB na presidência da Alesc
– Acho que esse encaminhamento na Assembleia Legislativa é uma coisa muito positiva.Uma nova eleição harmônica, quase consensual. Eu ajudei quando fui perguntado, mas eles resolveram por lá.
Saída de secretários
– O Filipe Mello (do PR, secretário de Turismo, Cultura e Esporte) pediu para sair; o João Mattos (do PMDB, da Administração) também; o João Paulo (Kleinübing, do PSD, secretário da Saúde) conversou comigo muito superficialmente e ficamos de falar na terça-feira. Ele está com essa vontade (de voltar a ser deputado federal).
2016 com as contas em dia
– Foi o ano mais difícil profissionalmente da minha vida. Abril, maio, junho, era um terremoto, parecia que não ia fechar. Nós demos muita sorte .A renegociação da dívida e a reforma da Previdência foram extraordinárias, sem elas não fechava.
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Perspectiva
– Em 2018,vai ter arrumado isso. Ou vai explodir ou vai arrumar. O problema é 2017. Teremos que ser muito cuidadosos. Em janeiro e fevereiro, teremos uma arrecadação extra. Esse dinheiro tem que guardar, porque em maio, junho e julho eu não acredito que tenhamos períodos bons. No segundo semestre, deve ser menos pior.
Recado das urnas
– Eu tô tentando entender. O povo percebeu que esse modelo de gestão de Estado não funciona. As pessoas estão contestando isso. Às vezes, trocando as pessoas; às vezes, mantendo, mas criticando os serviços.
Pedido de impeachment
– Quem tem que lidar com isso é a Assembleia. Acho que não teve nenhum governador que não tenha pedido de impeachment. Estava falando com o Sartori (José Ivo, governador do RS) e ele disse que tem um pacote. O que importa não é o pedido, é o conteúdo, o objetivo. Isso não me importa.
Confronto com Udo
– Minha situação é complicada porque fui fruto de uma aliança. Na eleição municipal, acaba tendo conflitos locais. Procurei ser equilibrado em todos. No caso de Joinville,
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estadualizou-se a decisão e se disseram muitas inverdades, que procurei corrigir. Uma ponte que não tem licitação, contrato, licenças e o governo sendo acusado de
não ajudar a construir. Não tenho nenhum problema com o prefeito Udo Döhler (PMDB) do ponto de vista pessoal. Do ponto de vista de confiança, cabe a ele reconstruir.
Reforma da Previdência
– Tenho participado de reuniões com o presidente Michel Temer, o ministro Eliseu Padilha, um grupo de governadores, e nós estamos dando todo o apoio para as medidas importantes, urgentes e indispensáveis a serem adotadas na Previdência. Eu não sei quais vão ser as medidas do governo. Levamos a nossa experiência, debatemos o que pode ser feito. Se não enfrentarmos esse problema, a economia não vai se arrumar.
Próximas reformas
– Estamos estudando fazer o Deter junto com a agência (de Regulação de Serviços Públicos, Aresc). A agência tem receita, tem estrutura. Há um paralelismo ali. Estamos avaliando a parte jurídica, mas temos que fazer. Tem duas empresas fazendo a mesma
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coisa. A SC Par vai cuidar dos portos (com delegação ao Estado, Imbituba e São Francisco do Sul). Com a legislação brasileira atual, você não consegue efetivar
as parcerias público-privadas (objetivo inicial da SC Par).
Donald Trump
– Temos uma grande ameaça para a nossa economia a médio
prazo que é o Transpacífico. Tenho estudado muito esse processo e ele arrebenta com a nossa economia. Hoje, 90% da carne de frango consumida no Japão são de SC. A partir do momento em que igualar as tarifas, a gente não vende nenhum frango no Japão. Quando o Trump diz que é contra, ele já está fazendo um favor para a gente. Não sei como o Brasil se permitiu ficar fora da discussão.