Criada para profissionalizar a função de executivo, a Associação Brasileira dos Executivos de Futebol (Abex) reúne hoje 78 associados. Presidido por Ocimar Bolicenho – que está na Ponte Preta mas tem passagem pelo Joinville – a ideia de montar o grupo nasceu em Florianópolis. Por telefone, o dirigente revelou que hoje o cargo é tendência no futebol, e que não há espaço para decisões tomadas com paixão. ?
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Diário Catarinense – Quando e como surgiu a ideia de criar a associação?
Ocimar Bolicenho – Surgiu em abril de 2011, em Florianópolis. Estava jogando Avaí e Vasco, eu fui para assistir ao jogo e me reuni com o Rodrigo Caetano para trocar uma ideia. Estava na hora de criar uma associação, para dar uma moralizada no exercício da função e de pronto ele assumiu a ideia comigo. E a partir daí, em três encontros, e, em novembro, fundamos a associação depois de trocar ideia com o maior número de associados. Hoje somos 78 afiliados.
DC – Quais os benefícios para quem é associado?
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Ocimar – A gente está estabelecendo um código de conduta, um código de ética. É um fórum que o profissional vai ter para aperfeiçoar o cargo que ele exerce. Como é um cargo novo, ainda é desconhecido, e a associação tem o objetivo de deixas as coisas cristalinas e defender seus direitos.
DC – A presença dos executivos é sinal de que o futebol caminha para a profissionalização?
Ocimar – É uma necessidade, o futebol precisava se profissionalizar. E o executivo de futebol faz parte dessa profissionalização. Ele vem substituir aquele dirigente apaixonado, que hoje em dia não tem mais espaço. O futebol virou negócio, não dá para decidir somente com a paixão.
DC – É possível hoje um time de ponta se manter sem o executivo?
Ocimar – Acho difícil. Prova disso é que dos 20 clubes da Série A, 19 têm executivo, somente o São Paulo não trabalha com um profissional desse estilo.
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DC – Como fazer para que a imagem de um executivo não fique colada a um clube?
Ocimar – A rivalidade pro executivo não existe, nós somos profissionais. Nós não temos a paixão pelo clube, temos a razão. Não existe rivalidade, existe o exercício da função.
DC – Você teve passagem pelo Joinville, como avalia os clubes catarinenses em relação aos executivos?
Ocimar – Os clubes grandes têm. Aqueles que não tomarem essa providência, que não profissionalizarem seu departamento de futebol, certamente ficarão para trás. O futebol não pode mais depender do apaixonado, deixou de ser esporte para virar negócio e precisa ser tratado como tal. Quem não se adaptar vai ficar para trás.
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