O coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores da UFSC (Sintufsc), Celso Martins, afirma que a reitoria da universidade vem se posicionando de forma que “não atende a uma luta histórica do sindicato”. Diz também ser contrário a um controle de assiduidade que monitora somente determinadas categorias de servidores. Leia abaixo a entrevista na íntegra:

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Diário Catarinense – Como andam as negociações com a reitoria pela jornada de 30 horas semanais?

Martins – A reitora vem se posicionando de uma forma que não atende a uma luta histórica do sindicato. Ela precisa escutar mais a categoria, já que temos muitos setores da universidade que estão funcionando dentro da jornada de horas sem prejudicar a comunidade. Também não há posição clara sobre estender ou não o controle para todos, então ele acaba vindo só para uma categoria (a folha-ponto não vale para os professores, apenas para servidores).

DC – De acordo com a reitora Roselane Neckel, possivelmente será instalado o ponto eletrônico. O sindicato é contrário? Pode haver boicote?

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Martins – O ponto eletrônico não está sendo discutido. O sindicato já se posicionou anteriormente contra porque ele é discriminatório, atinge só uma categoria, mas não estamos debatendo a questão neste momento.

DC – E o sistema de folha-ponto?

Martins – Não somos contrários a algum tipo de controle de assiduidade, mas que seja algo que funcione para servidores, para docentes, para a classe discente, enfim, que envolva todos que estão dentro da instituição. O que não podemos é aceitar um controle direcionado a uma só categoria. Queremos que os servidores sejam ouvidos, mas foi feita uma portaria de cima para baixo.

DC – O sindicato fala em “controle social”, em que trabalhadores registram o horário em uma folha, acessível também à comunidade. Como isso tem funcionado?

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Martins – Não podemos dar um diagnóstico porque são muitos setores, ainda não há uma avaliação precisa. Isso deve acontecer, setor por setor, em um próximo encontro, para que tenhamos inclusive condições de informar para a imprensa.

DC – Um servidor afirmou que “o horário sempre foi moeda de troca em eleições internas na UFSC, mas com o ponto eletrônico, tudo isso viria abaixo”. O senhor concorda com esta afirmação?

Martins – De maneira alguma. Não entendo isso como uma “moeda de troca”.