Talvez não exista dor maior na vida do que assistir ao enterro de um filho. Que o digam Emerson da Silva, 40 anos, e a mulher dele, Rosângela de Jesus, 33, pai e mãe do menino Emerson, o Juninho, de apenas quatro anos, atropelado no domingo de Dia dos Pais, em Araquari.

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A criança era levada na garupa da bicicleta do pai quando foi atingida por um carro no km 74 da BR-101, a caminho do supermercado, em frente ao acesso à estrada de chão onde a família mora. O pai do menino pretendia cruzar a pista por uma passagem na mureta de proteção, mas o impacto aconteceu antes que ele e o filho fizessem a travessia.

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Juninho foi lançado para o outro lado da pista, no sentido Sul, e morreu após ser hospitalizado em Joinville. O pai escapou ileso e não conseguia acreditar como o carro acertou apenas o pequeno. Emerson e a mulher sepultaram Juninho na manhã desta terça-feira. Agora, diz o casal, só providências por mais segurança naquele trecho da BR-101 poderão minimizar o sentimento de impotência diante do que aconteceu.

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-Todos os dias, nossa comunidade atravessa a BR naquele mesmo local. Se não for ali, as pessoas têm que caminhar até o primeiro retorno, muito mais longe. Só uma passarela resolveria. Não sei se vou conseguir passar por ali novamente e lembrar de tudo – diz Rosângela, que trabalha em um restaurante do outro lado da rodovia, próximo ao local do acidente.

O pai de Juninho lembra da preocupação com o movimento na BR-101 instantes antes da batida. Era começo de noite e o trecho já estava quase completamente no escuro.

-Precisava comprar pão e açúcar. Saí escondido para não levar o menino, porque achava perigoso, mas ele veio correndo e me encontrou. Era muito apegado, não me largava – lamenta Emerson.

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Juninho passou o domingo brincando com parentes e amiguinhos da rua. Antes de sair na garupa da bicicleta, lembra a mãe, o menino encontrou as fotografias tiradas na escola para o Dia dos Pais e escolheu uma delas, que dizia ser a mais bonita, para entregar a Emerson.