A sequência de maus resultados que levaram o Avaí à lanterna do returno do Campeonato Catarinense, sem nenhum ponto, deixa o clube pressionado. O descontentamento com o resultado de campo acaba respingando na diretoria, que ontem foi alvo de um protesto na Ressacada, que teve dois portões pichados.

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Portões da Ressacada são pichados em protesto

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Neles, mensagens contra a diretoria e o empresário Eduardo Uram, dono da Brazil Soccer, que possui três atletas no grupo azurra – João Filipe, André Santos e Diego Jardel. As mensagens foram rapidamente apagadas, mas mostram um descontentamento latente de uma parcela da torcida. Na última segunda-feira, após a goleada sofrida pela Chapecoense, a delegação avaiana desembarcou em Florianópolis também sob o protesto.

O técnico Raul Cabral esteve ameaçado de perder seu emprego, mas foi mantido e comanda o Leão contra o Joinville amanhã, às 18h30min, na Ressacada.

Apesar de muita pressão, o clima entre os atletas é bom. Eles estão mais preocupados em vencer do que nas situações externas do clube. No meio de toda essa situação está o presidente Nilton Macedo Machado. Ele esteve na Ressacada ontem e se mostrou tranquilo em relação às críticas da torcida. Depois de colocar os salários dos atletas e funcionários em dia, o dirigente espera que os jogadores possam reencontrar o bom futebol e as vitórias para a tranquilidade voltar para a casa avaiana. Por telefone, ele conversou com o Diário Catarinense sobre o atual momento.

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Como você vê o momento de pressão no Avaí? Como está sendo administrar de forma que nada externo faça com que vocês tomem alguma atitude precipitada?

Vejo com calma e com tranquilidade. Até porque muitas coisas que se fala externamente não têm fundamento e procedência. Em alguns momentos aproveitam a situação para criticar. A gente pode ter se equivocado em algum atleta contratado, mas não se pode fazer terra arrasada porque perdemos os últimos quatro jogos. Se tivesse vencido não existiria crise.

Quando o senhor fala em críticas, seria essa insinuação de que o empresário Eduardo Uram interfere nas ações do clube?

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É outra coisa absurda. Atualizei a planilha hoje, nós temos 34 atletas e desses existem quatro que têm vinculação com ele. Um deles é o Antônio Carlos, que saiu agora. Lembrando que o Romulo não é do Uram, ele é nosso e o Uram tem um percentual disso. Todo clube tem empresários que possuem mais atletas, não entendo isso. Divulgam como se fosse verdade. Nos contratos com atletas dele temos 20% da negociação se eles saírem durante o contrato. A gente paga para eles apenas o salário. Não se paga luvas, nada para trazê-los.

Em uma das pichações insinuaram uma relação entre o Marcelo Gonçalves, diretor de futebol, e o Uram. O Gonçalves foi indicado pelo Uram?

Nilton – Não existe isso, é mais um absurdo. Na verdade eu estava procurando um novo diretor e o Uram me disse: ¿Existem vários profissionais no mercado, esses são alguns que conheço¿. E listou alguns nomes. Eu entrevistei o Gonçalves, gostei e ele foi contratado. Ele não é agenciado pelo Uram, nada disso. Quer dizer que isso não pode? Está ficando uma coisa chata isso (essa insinuação).

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Como foi a pressão na reunião da última segunda-feira, para tirar o Raul Cabral?

Nilton – Não é pressionar, tem que avaliar com frieza e tem que ser sem sentimento. Se avalia se fica ou não. E definimos que por enquanto fica conosco. A gente tem conversado com ele. O Raul é inteligente e transparece que tem a humildade em aceitar reparos e isso é salutar.