Coordenador executivo da Comissão de Estudos de Transporte e Mobilidade da UFSC e Bacia do Itacorubi, que analisou o projeto de duplicação da Rua Deputado Antonio Edu Vieira, diz que é preciso priorizar pedestres, ciclistas e o transporte coletivo.

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Diário Catarinense – Por que a universidade não aceitou o projeto de duplicação da Rua Edu Vieira apresentado pela prefeitura?

Carlos Roberto Vieira – A prefeitura apresentou um primeiro projeto, elaborado há mais 10 anos e já ultrapassado. A proposta visava apenas o trânsito de veículos automotores, não estava sendo pensada a mobilidade como um todo. E um projeto desses, que demanda um volume grande de investimento, precisa ser pensado com olhos no futuro. Não queremos uma solução a curto prazo, precisamos planejar a infraestrutura de, pelo menos, mais 15 anos. Então abrimos para o diálogo e oferecemos a nossa parceria. A prefeitura apresentou um segundo projeto, que ainda está sendo melhorado.

DC – O que precisa ser melhorado no projeto da prefeitura?

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Vieira – O projeto precisa estar de acordo com a Política Nacional de Mobilidade Urbana. Precisamos dar prioridade para pedestres, ciclistas e transporte coletivo. Se isso não for feito as pessoas continuarão sendo atropeladas. Precisamos de um projeto que nos faça pensar: “eu ficaria tranquilo se a minha filha percorre este trecho a pé ou de bicicleta?”.

DC – Para que os R$ 20 milhões da duplicação continuem garantidos, as obras precisam iniciar ainda neste ano. O senhor acredita que dê tempo?

Vieira – Temos um prazo, que é 13 de agosto. Estamos nos reunindo duas vezes por semana para tratar disso, universidade, prefeitura e comunidade. Ainda não temos um projeto pronto e digitalizado, temos esboços. Se não conseguirmos fazer tudo o que pensamos, faremos o necessário para que a obra continue no futuro. Deixaremos as conexões prontas. É como numa casa, mesmo tendo somente dinheiro para o quarto e a sala, se prepara a estrutura para receber os novos cômodos num futuro próximo.

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