Na entrevista abaixo a comandante da 7ª Região da Polícia Militar, Claudete Lehmkuhl, garante que trabalha em alternativas tecnológicas para otimizar o trabalho das equipes e minimizar a criminalidade em Blumenau.
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Nota-se um aumento nos relatos de roubo em Blumenau. Pelo menos um caso é registrado diariamente pela PM. O que vem sendo feito para combater o crescimento da criminalidade?
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Posso falar sobre as ações feitas a nível de região. Desde outubro do ano passado estamos com a operação Vale do Itajaí Seguro, em que precisa ser feito um número determinado de abordagens diárias e isso dá um excelente resultado. Os comandantes pediram para que continuássemos com a operação. Mensalmente eles precisam desenvolver operações, tanto as elaboradas pela 7ª RPM, como vindas do Comando Geral. Estou buscando uma descentralização do efetivo e isso aconteceria com a implantação de outros pelotões, a exemplo do que foi criado na área Norte de Blumenau. Outra atividade seria fazer com que o 10° Batalhão cuidasse apenas das causas de Blumenau, que já é uma cidade suficientemente grande. Os outros nove municípios ficariam em uma guarnição especial com sede em Indaial. Essa demanda foi bem recebida pelo secretário de Segurança Pública e será levada para o governador do Estado. Também estamos atentos e cada vez mais divulgando ações, como a implantação do Vizinho Solidário.
O principal relato das pessoas é sobre o tempo que a PM leva para chegar no local da ocorrência. A senhora está atenta a isso?
Temos a nossa Central de Emergência (190) e tenho muita preocupação de acompanhar os resultados dessa regional. Comungo com a preocupação do cidadão que quando você tem um problema, quer ser atendido o mais rápido possível. Mas às vezes a sensação de tempo, pelo fato de você estar em uma situação de emergência, pode repercutir como maior do que é. Nossa central recebeu um reforço de agentes temporários para agilizar o atendimento porque até então havia essa dificuldade. Acredito que os atendimentos melhoraram significativamente com os agentes temporários. É algo que procuramos acompanhar o mais de perto possível. Estamos fazendo o nosso máximo para chegar na expectativa que todos têm sobre o trabalho da PM.
Na sua avaliação a PM está bem equipada e com efetivo suficiente para combater a criminalidade?
Isso é um assunto público. Estamos com efetivo menor do que necessitamos. Esse governo tem se esforçado muito e foi um dos que mais contratou policiais militares. Mas por uma questão da crise econômica o reforço está sendo aguardado. Eu acredito que a tecnologia e outras práticas de policiamento fazem com que o efetivo seja otimizado. Estamos investindo em uma série de tecnologias para isso. Temos que aprender a gerenciar as atividades e buscar alternativas para continuar oferecendo o serviço com cada vez mais qualidade aos catarinenses. Não podemos entrar na zona de conforto e comodismo. Temos que buscar alternativas, principalmente com a participação comunitária e de outras instituições para vencer o aumento da criminalidade.
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O aumento da criminalidade pode ser creditado somente à falta de efetivo?
Não. Há muitas outras causas. O “prende-solta”, as leis atuais, a omissão de alguns setores. Enfim, há muitos outros problemas estruturantes que também levam a esse alto índice de criminalidade, não necessariamente a falta de efetivo. O que posso dizer é que a 7ª Região de Polícia Militar ainda é a melhor região de Santa Catarina em termos de apresentação de resultados. Ela também sofre com defasagem como as demais, mas ainda está com níveis aceitáveis em termos de avaliação de segurança pública.