Quando você o Diário Catarinense de papel, talvez não saiba em detalhes como ela nasceu. Jornalistas se especializam nas etapas da produção de um jornal que costumam acabar na tela de um computador. Ali, após os ajustes finais, uma página fica pronta quando um comando a envia eletronicamente para além-fronteiras da Redação. É no Departamento Industrial que a página toma forma e se transforma no jornal que conhecemos.

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Em etapas que eu não conseguiria explicar em tão curto espaço, abnegados profissionais e seu aparato tecnológico gravam no papel as tintas que nos fazem reconhecer um jornal diário como a um familiar. Da habilidade deles depende a nitidez da leitura – e por isso eles são essenciais. Dos jornalistas que chamo de craques, não conheço um sequer que não se confesse admirador desses mágicos que fazem sair jornais das rotativas. Na tarde de quinta-feira, aquele que para mim é um mestre dentre os magos me emocionou e me levou a refletir sobre o que é o sucesso profissional.

Após 40 anos e 10 meses de trabalho no Grupo RBS, o gerente executivo industrial Cláudio Sá está encerrando seu ciclo na empresa e foi homenageado no parque gráfico que ergueu e administrou com inigualável zelo no bairro Capoeiras, em Florianópolis. Parte para uma nova etapa da carreira, certamente com a entrega que lhe é peculiar. O carinho dos colegas ali reunidos sob a liderança do vice-presidente Eduardo Smith reconhecia uma trajetória iniciada com 16 anos de idade no jornal Zero Hora, em Porto Alegre.

Do presidente-executivo Eduardo Sirotsky Melzer aos acionistas, da diretoria em Santa Catarina aos colegas dos parques industriais de Florianópolis, Joinville e Blumenau, Cláudio Sá recebeu uma chuva de mensagens e demonstrações de amizade. Em todas o tributo a um exemplo de paixão pelo que faz. Enquanto assistia, não pude deixar de pensar em algo que buscamos e tentamos medir de mil modos chamado sucesso profissional.

Ser competente, ser uma referência, ter alta performance e ainda assim fazer tantos amigos é, talvez entre todos, o mais seguro instrumento para atestar o êxito de uma caminhada. Por isso me emocionei. Porque ali não só abracei um amigo, mas também porque pelo exemplo ele me apontava o caminho. Antes do início da homenagem ao Cláudio Sá, no papo descontraído entre colegas, alguém brincou: “Hoje temos um grande motivo para dar a célebre ordem: parem as máquinas”. De imediato, o homenageado discordou: “Sempre fui contra”. Pelo que aprendemos contigo, Claudião, asseguramos: as máquinas nunca vão parar.

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