O Papa Francisco pediu neste sábado, na homilia da Vigília Pascal, que lembra a ressurreição de Cristo, que os católicos não se resignem, nem percam a confiança, diante das dificuldades.

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– Não nos encerremos em nós mesmos, não percamos a confiança, nunca nos resignemos – pediu o papa na homilia da liturgia da luz, uma mensagem que pode ser aplicada não apenas à religião, mas também a qualquer dificuldade da vida, principalmente em épocas de crise.

– Os problemas, as preocupações do cotidiano, tendem a fazer com que nos encerremos em nós mesmos, na tristeza, na amargura – porque, segundo o Papa – é aí que está a morte.

Para Francisco, não podemos “nos fechar para a novidade, porque esta transforma”.

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A cerimônia, celebrada na Basílica de São Pedro e chamada liturgia da luz, começou às escuras, e com o papa e os sacerdotes vestidos de branco.

Uma vez aceso, no átrio da basílica, o círio pascal – grande vela que simboliza Cristo ressuscitado e serve para acender as velas dos fiéis -, inicia-se a procissão do papa e de seus ministros até o altar maior, momento em que as luzes do templo são acesas.

– É a celebração mais rica e, quem sabe, mais bela da Semana Santa – comentou o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

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Este ano, a liturgia, que costumava durar três horas, foi reduzida, por vontade do papa argentino. Esta foi uma das novidades implantadas pelo primeiro jesuíta a assumir o trono de Pedro, em duas semanas de papado. As mudanças indicam que Francisco deseja conduzir a Igreja pelo caminho da simplicidade, humildade e harmonia.

Na cerimônia deste sábado, o papa administrou os sacramentos – batismo, primeira comunhão e crisma – a quatro jovens, procedentes de Rússia, Estados Unidos, Albânia e Itália.

Francisco, o papa dos gestos

Eleito papa no último dia 13, Francisco rezou, na Sexta-Feira Santa, pela paz no Oriente Médio e o entendimento entre cristãos e muçulmanos, cuja coexistência naquela região nem sempre é fácil, em particular em Egito, Iraque, Síria, Líbano ou Líbia.

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A eleição de um papa argentino, o primeiro não europeu a chegar à liderança do Vaticano, provoca uma enorme expectativa nesta instituição milenar, que perde fiéis para as igrejas evangélicas e o laicismo que impera no Ocidente.

– Com este Papa, haverá mudanças – afirmou a argentina Karina Buslowicz, que comprou as passagens para a Itália 15 minutos depois de saber que um compatriota sucederia Bento XVI à frente da Igreja Católica.

Neste domingo, Francisco irá celebrar a missa de Páscoa diante de dezenas de milhares de peregrinos, e pronunciará a bênção Urbi et Orbi da sacada da Basílica de São Pedro, cerimônia que só acontece no Natal e no domingo de Páscoa, além do dia em que o papa é eleito.

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Mas nem a atração gerada por um novo papa, nem a perspectiva de um feriado prolongado, foram incentivos para tirar os italianos da depressão gerada pela crise econômica, agravada pelo caos político, que impede a formação de um governo.

O número de pessoas que saíram de férias caiu 14,1%, bem como a ocupação dos hotéis e venda de ovos de Páscoa durante esta festa religiosa e familiar, importante na Itália.