O ministro do Turismo minimizou os casos de assédio cometidos por torcedores brasileiros durante a Copa do Mundo na Rússia. Em entrevista ao portal UOL, Vinícius Lummertz disse que o caso não foi tão grave já que não “morreu ninguém”. Procurado pelo Diário Catarinense, o ministro diz ter sido mal interpretado.
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O político, que está em Moscou para uma ação da Embratur, acredita que os brasileiros “andam intolerantes com as falhas humanas”. Nos vídeos que viralizaram nas redes sociais logo nos primeiros dias do mundial, torcedores homens aparecem com mulheres estrangeiras pedindo que elas repitam palavras ofensivas em português. Uma das pessoas identificadas é um policial de Santa Catarina.
— (A repercussão foi grande) por causa das redes sociais, não pelo fato em si. Porque não morreu ninguém, ninguém foi assassinado. Perante o mundo real, eu entendo o simbolismo, mas o simbolismo não representa nada estatisticamente — afirmou Lummertz na entrevista ao UOL.
Segundo a reportagem publicada nesta terça-feira (26), o político disse acreditar que o barulho foi muito maior no Brasil porque o país vive uma era de intolerância:
— Aqui existe um outro nível de tolerância com a falha humana. Perdemos completamente a tolerância com a falha humana no Brasil. Nós estamos em uma era, no Brasil, em que agimos como se as pessoas fossem obrigadas todas a serem perfeitas e ninguém pudesse cometer erros, o que é uma grande mentira — disse.
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Segundo Lummertz, as pessoas deveriam se preocupar com o índice de assassinatos que acontecem no Brasil tornando o país em um dos mais perigosos do mundo. O ministro lembrou ainda, conforme a reportagem, o caso do nadador americano Ryan Lochte, que se envolveu em uma confusão durante a Olimpíada no Rio de Janeiro ao inventar um assalto para encobrir um ato de vandalismo.

De acordo com a reportagem, o Ministro descreveu os casos como sendo “bobagens de pessoas abobadas que estão passando vergonha”. Conforme a publicação do UOL, a Rússia recebeu 70 mil brasileiros para a Copa do Mundo que têm um comportamento positivo e não terão a imagem manchada por um grupo isolado.
— As pessoas se preocupam com tolices, bobagens cometidas por cinco ou seis pessoas em 70 mil. Estamos deformando as coisas no país. O Brasil é um país também adolescente na forma de avaliar as coisas. As pessoas que agiram mal, elas agiram mal. Está errado, e aí? Qual o problema? Estão passando vergonha. Deviam estar preocupados com os 62 mil assassinados e recordes de acidentes de trânsito que temos no planeta. As pessoas estão se matando. Estamos preocupados com cinco pessoas que fizeram bobagem. Nas Olimpíadas, aquele nadador americano não fez uma bobagem? Bobagem faz parte da vida, tolices, erros — afirmou Lummertz.
Contraponto
Procurado pela reportagem do Diário Catarinense, Vinícius Lummertz disse que a resposta publicada pelo portal UOL está fora de contexto. Ele disse ter sido perguntado se a imagem do Brasil no exterior havia sido comprometida por causa dos recentes casos de assédio:
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— Eu disse que não. Na minha percepção, os brasileiros continuam sendo bem recebidos aqui na Rússia. O que atrapalha a imagem do Brasil são os casos de violência. O país é um dos mais violentos do mundo e impacta diretamente no turismo. Agora, sobre os casos de assédio eu repudio o que aconteceu. Mostrou o machismo, o sexismo e foi lamentável. Mas, ao ser questionado sobre se isso afetou a imagem do país, eu respondi que, na minha percepção, não. Foi uma atitude de alguns que não pode comprometer a imagem de 70 mil torcedores brasileiros que estão aqui na Rússia.
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