O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou na tarde desta quarta-feira que não se preocupa com a delação premiada feita pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS). Conforme reportagens publicadas nesta quarta pela imprensa, o peemedebista seria um dos citados pelo petista na colaboração premiada que fez com investigadores da Operação Lava-Jato e que ainda não foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal.
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— Sinceramente não vi (as reportagens) e não tenho preocupação. Nunca cometi impropriedades, tudo que disseram até aqui foi por ‘ouvi dizer’. Não há nenhuma prova e não haverá nenhuma prova. Estou à disposição para colaborar com qualquer investigação — disse Renan, na chegada a seu gabinete.
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O presidente do Senado disse que nenhum homem público é imune a investigação.
— Sou responsável pelos meus atos. Não tenho preocupação com o que A, B, C ou D dizem, interpretam, ouviram dizer nos corredores ou no mercado. O papel de cada um é se defender, é o que estou fazendo — disse, num recado a Delcídio.
Investigações
Em recado indireto às investigações da Operação Lava-Jato, Renan afirmou que o gesto político de ter presenteado com um exemplar da Constituição o ex-presidente Lula tem por objetivo mostrar que ninguém é contra as apurações, desde que elas respeitem o ordenamento jurídico brasileiro.
— É preciso que as investigações avancem, mas no devido processo legal, com liberdade de expressão, com direito de defesa, com presunção de inocência, como diz a Constituição Federal — disse Renan, em entrevista na chegada a seu gabinete após o encontro de três horas com o ex-presidente na residência oficial do Senado.
— Há uma Constituição no Estado democrático de direito que precisa ser respeitada — destacou.
Assim como o ex-presidente, Renan também tem se queixado nos bastidores da forma como as investigações da Operação Lava-Jato têm sido conduzidas. Ele é alvo de seis inquéritos abertos no Supremo Tribunal Federal (STF).
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Impeachment
Havia a expectativa de que o ex-presidente fizesse um apelo para que o PMDB se mantivesse na base aliada, mesmo diante do agravamento da crise.
— Não tratamos de impeachment. Falamos da crise econômica e política. Precisa ter um cavalo de pau para que o Brasil retome o crescimento. é isso que precisamos fazer — resumiu o peemedebista.
Renan disse que pretende ouvir também os ex-presidentes José Sarney e Fernando Henrique Cardoso a fim de discutir saídas para superar as crises política e econômica.
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*Estadão Conteúdo