A falta de chuva ao longo do último mês provocou a estiagem na Grande Florianópolis e afetou serviços básicos, como a distribuição de água potável em diversos bairros da região. Assim como os sistemas de abastecimento, o baixo nível dos mananciais também impacta a geração de energia elétrica, não só em Santa Catarina, mas em todo o país. É por conta disso, por exemplo, que atualmente os consumidores pagam tarifas de luz com bandeira vermelha, a mais cara. No entanto, diferentemente do fornecimento de água, a distribuição de energia é nacionalmente interligada. Por isso, a Celesc afirma que, mesmo com a estiagem prolongada no Estado, não há risco de faltar luz aos catarinenses.

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Vânio Moritz Luz, assistente da diretoria comercial da Celesc, explica que o serviço é garantido, pois a energia distribuída no Estado é comprada de todas as regiões do país por meio de leilões regulados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Santa Catarina, segundo ele, costuma adquirir energia principalmente de usinas localizadas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Nessas regiões, explica Vânio Luz, os reservatórios estão com 43,57% da capacidade, nível considerado ruim. Apesar disso, o sistema Sul, mesmo com a estiagem, estava em 68,43% até o começo da semana. No Nordeste, a capacidade está em 51,28% e, no Norte, 70,70%. Ele ainda ressalta que há dois estágios da bandeira vermelha, o patamar 1 — situação atual — e o patamar 2.

Usinas térmicas são usadas em períodos de estiagem

— Se continuar essa estiagem há um risco de, em setembro, a bandeira ir para vermelha patamar 2, que seria a situação mais crítica. Como as usinas hidrelétricas não estão conseguindo atender a toda a demanda do país, o operador nacional do sistema começa a despachar usinas térmicas. Essas usinas térmicas tem preços entre duas e até três vezes mais que o custo de uma energia vinda de hidrelétricas e esse custo adicional é pago pelo consumidor — explica.

Enquanto as usinas hidrelétricas operam a base de água, as térmicas funcionam a partir da queima de carvão ou biomassa, matéria prima de custo muito mais elevado. O assistente da Celesc reforça que, na maior parte do tempo, as usinas térmicas ficam desativadas.

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— Hoje existe uma capacidade relativamente grande para suprir todo o Brasil com essas térmicas que começam a entrar para suprir a falta das hidrelétricas. Hoje o sistema opera normalmente e ainda existe um rol grande de térmicas a serem despachadas numa situação mais extrema, que seria na bandeira vermelha 2. No entanto, não se visualiza risco de falta de energia em SC ou necessidade de fazer algum tipo de corte — garante.

Por fim, Luz ainda esclarece que, mesmo na bandeira vermelha patamar 2, o fornecimento de energia elétrica é garantida. Apenas em uma situação extrema seria necessário promover o que a Celesc chama de alívio de carga, manobra que é decidida em âmbito nacional e não estadual. A empresa elétrica reforça que até hoje só ocorrerão situações de alívio de carga no verão, quando o consumo é elevado, o que não acontece nesta época do ano.