O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou na manhã desta segunda-feira (4) que não há possibilidade de uma nova paralisação dos caminhoneiros em um curto prazo. Em entrevista na Rádio Gaúcha, Jungmann afirmou que a pauta de reivindicações da categoria foi atendida e negociada com os líderes sindicais, e destacou a dificuldade de negociação com os demais grevistas:

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— O movimento sindical tradicional, que é centralizado e vertical e com o qual o governo negociou, foi totalmente ultrapassado pelo sindicalismo em rede, levado pelas redes sociais. Hoje, não existe governo em nenhum lugar que eu conheço pronto para se antecipar a esse tipo de rede. (Esse movimento) Levou a não ter com quem conversar, pois não havia interlocutores. O líder surge na ação, no movimento, não tem uma anterioridade. Governos convivem mal com esse tipo de movimento — disse o ministro.

Questionado sobre a normalização dos serviços, o ministro afirmou que o abastecimento não está totalmente normalizado, pois alguns setores, como postos de combustíveis e locais de insumo para agricultura, por exemplo, ainda não estão abastecidos nos patamares anteriores. Destacou, entretanto, que não há mais registro de protestos no que diz respeito às manifestações nas estradas.

Ouça a entrevista na íntegra:

Sobre uma possível mudança na política de preços ao consumidor, Jungmann destacou que é um problema ainda sem solução, pois a Petrobras não é formadora do preço do petróleo, já que este é um commodity global:

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— Esse é um debate central que hoje está posto, mas é uma situação complexa. Não tem só como envolver o poder executivo, mas também o legislativo. Esse debate vai se dar entre Petrobras, Congresso Nacional, executivo e a própria sociedade. Não há um caminho fácil, mas é preciso encontrar uma forma de, por um lado, não voltar a quebrar a Petrobras, e por outro não reajustar os preços dia a dia. É um dilema a ser enfrentado. Não existe uma forma de resolver, mas ele vai ter que ser resolvido — declarou Jungmann.

Ainda sobre as consequências da greve, o ministro afirmou que 54 inquéritos foram abertos, e foram aplicadas multas que já representam R$ 339 mi (milhões? mil?)

— Elas foram aplicadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que deu 15 dias para que as multas fossem quitadas, sob pena de penhora de bens àqueles que foram multados — finalizou o ministro.

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