Uma das pessoas mais próximas do reitor, o professor da UFSC Gelson Albuquerque demonstrava indignação na manhã desta segunda-feira, enquanto aguardava a chegada do corpo de Luiz Carlos Cancellier ao Instituto Geral de Perícias (IGP), em Florianópolis. O reitor se matou ao se atirar do quarto piso do Beiramar Shopping, na Capital.

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— Uma injustiça termina em crime. Uma pessoa colocada 30 horas numa cela, trancafiada junto aos maiores bandidos de Santa Catarina, sofre de uma coisa que se chama estresse pós-traumático. Aí, as ações são imprevisíveis — afirmou Albuquerque, referindo-se à prisão do reitor na Operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal.

Segundo Albuquerque, que é professor da UFSC, Cancellier estava se sentindo exilado, ao ser afastado do cargo.

— A UFSC está a quatro quilômetros da Justiça Federal e da Polícia Federal. Por que não chamá-lo para tomar depoimento? Precisavam prendê-lo? É um absurdo. Não há o que vá reparar isso que aconteceu. Tudo havia sido conduzido dentro da legalidade.

Cancellier morreu por volta das 10h30min, após cair no vão central do shopping. A polícia confirmou se tratar de suicídio. O reitor havia sido preso temporariamente no dia 14 de setembro, durante a Operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal, que investiga desvio de verba em bolsas de educação à distância do programa Universidade Aberta do Brasil (UAB). Ele e outros seis investigados ficaram presos por um dia. A suspeita era de que o reitor havia interferido nas investigações que haviam iniciado na corregedoria da universidade.

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