-Sou magrinha, mas adoro um trabalho.

Foi dessa forma que a vereadora Tânia Larson (Solidariedade) se definiu no final da entrevista concedida por ela, nesta semana, à coluna. Defensora dos direitos dos animais, Tânia chega ao primeiro mandato no Legislativo de Joinville e se diz desafiada para lutar pela causa. Mas não apenas isso. A parlamentar quer atender aos interesses de toda a cidade, de todas as pessoas que enxergam nela uma representante. Aos 52 anos, a vereadora já trabalhou em diversas ações de campanhas comunitárias, atuou na área educacional e coordenou ações de marketing de empresas privadas.

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Qual é o principal projeto que a senhora pretende apresentar na Câmara neste início de mandato?

– Temos o projeto do estatuto municipal do bem-estar animal. Ele não é um código, pois não se trata de um agrupamento de leis, mas, sim, uma ferramenta de defesa dos animais. Assim como existe o Estatuto do Consumidor ou da Criança e do Adolescente, queremos fazer um em defesa dos animais. As leis hoje estão muito misturadas. O estatuto pode compor tudo em relação aos animais, inclusive, aos maus-tratos. Sou protetora independente dos animais e posso dizer que sofremos muito. É um trabalho de formiguinha, que vai desde o abandono, passando pelos maus-tratos e chegando à consciência das pessoas em relação aos animais. Em outras eleições, os protetores ou as ONGs apoiavam candidatos que, em geral, não tinham experiência e não acompanhavam o nosso dia a dia. A partir de solicitações de produtores independentes, os quais eu represento, me coloquei à disposição do partido para representá-los.

Como a senhora encara o desafio do primeiro mandato no Legislativo?

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– É tudo novo para mim. O que posso avaliar é que a política mudou muito, principalmente nessa última eleição. O eleitor está muito consciente e quer mudanças em relação às leis e à fiscalização para que o vereador seja mais atuante. Hoje, a política está muito desgastada no País em função dos problemas, dos desvios. Então, os eleitores querem renovação, querem pessoas que batalhem por eles. Conseguimos eleger duas mulheres para a Câmara que lutam pela causa animal (além de Tânia, se elegeu Ana Rita Hermes, do Pros). A população animal em Joinville está chegando ao limite do controle. E o que acontece com isso? Há um problema de saúde pública, pois o animal na rua é contaminado devido ao problema físico dele, da má alimentação e da higiene dele. Algumas vezes, isso passa para o ser humano. Temos que ter políticas públicas para os animais. Essa será a minha luta no Legislativo, com leis mais rigorosas em relação aos maus-tratos.

Como a senhora tem sido recebida pelos vereadores mais experientes?

– Estou aprendendo muito com eles. A receptividade dos vereadores mais antigos tem sido muito boa. Eles nos orientam bastante em relação a algumas dúvidas, pois estamos debutando, né? Então, tudo é novo. Conheço um pouco do processo legislativo, mas não do dia a dia como vereadora. E eles (vereadores) nos ajudam muito, nos orientam. Tivemos uma recepção muito calorosa.

Além da causa animal, a senhora pretende participar mais ativamente também em outros assuntos?

– Já estou trabalhando, não é só na causa animal. Se existem pessoas que andam muito pela cidade, que conhecem os problemas da cidade, essas pessoas são as protetoras dos animais. A gente vivencia os problemas do Oiapoque ao Chuí, como costumo falar. Se estou em um resgate de um animal no (bairro) Jardim Edilene, posso receber um pedido de ajuda no Jardim Paraíso. Então, saio da zona Sul e vou para a zona Norte resolver um problema no mesmo dia. Às vezes, o problema é de saúde na família e você busca explicações para ver o que está acontecendo, qual é a necessidade daquela família, se é um problema econômico, verificar o processo e o cadastramento. E lá você vê que existem problemas no bairro e na rua também. Quero trabalhar muito forte a honestidade porque não há nada melhor do que trabalhar honestamente e com transparência. Para isso, existe a mídia social, para mostrar o seu trabalho. O meu gabinete sempre estará aberto para as pessoas virem reivindicar ou sugerir, pois acho que no dia a dia a melhor coisa é ouvir da comunidade o que está errado. Nem sempre a gente consegue ver tudo, mas se a população votou em nós para fiscalizarmos, ela também pode nos abastecer com informações. Quero legislar por toda Joinville, dar atenção às comunidades, reforçar a fiscalização. Tomei posse no dia 1º e desde o dia 2 estou na rua verificando problemas de buracos, de mato, de abandono. Estamos aqui para ouvir a população.

O que o eleitor pode esperar da senhora neste primeiro mandato?

– A transparência no meu trabalho. Quero receber sugestões para melhorar a cidade, para o progresso e o bem-estar. Sou natural de Joinville e tenho muito orgulho da minha cidade. Quero vê-la crescendo bem e saudável. Não quer dizer que tudo que vamos receber da população será resolvido, mas darei um retorno para o munícipe, colocando os motivos pelos quais não foi resolvido. É claro que tem pedidos e solicitações que depende de outros órgãos e do orçamento. Mas essa legislatura está mostrando que vai ser diferente.

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Perfil

Nome completo: Tânia Regina Larson.

Idade: 52 anos.

Estado civil: solteira

Local de nascimento: Joinville.

Grau de instrução: superior.

Formação: Psicopedagoga.