“Eu sei a dor dela, eu sinto a dor dela, eu sei o desespero dela, eu sinto o desespero dela, e nada podemos fazer, a não ser nos unirmos para também tentar dar forças para esta mãe… Eu nem sei de onde tiro a minha.”
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Assim Christiane Schier se colocou no lugar da mãe de Mara Tayana logo após a descoberta do corpo da jovem. Há sete meses, Cristiane perdeu sua filha Vitória, morta quando ia para escola. Por maior que seja a comoção em Joinville, com mais um assassinato de uma jovem em tão curto espaço de tempo, novamente com repercussão nacional, nada se compara ao fim trágico de vidas e à dor das mães e demais familiares.
Todas implicações, consequências e análises são coadjuvantes ao sofrimento de Christiane e, agora, de Luiza, a mãe de Mara (aqui são citadas as mães, mas a dor atinge as famílias inteiras, pais, irmãos, avós, todos). A repercussão vai se esvaindo com o tempo e o sentimento da perda vai ficar para sempre nas famílias. Só Christiane poderia desabafar como desabafou.
Feita a ressalva, fundamental para pontuar quem são as maiores vítimas, a morte de Mara Tayana reforça o ingresso de Joinville em nova escala de insegurança. Antes mesmo de Vitória, houve casos de repercussão, mas a frequência vem aumentando e a violência se repete em outros indicadores, em especial os assaltos.
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Os arrombamentos em casas vazias de outros tempos agora são substituídos pelos assaltos a mão armada, seja dentro da residência, seja para tomar o carro. E são estatísticas oficiais, não se trata de alarmismo com base em percepções. A cultuada tranquilidade vai virando saudade.
Nada se compara, insiste-se, à dor de quem perdeu um familiar em situação tão violenta. Mas casos como o da menina Mara Tayana reforçam ainda mais a sensação de insegurança em Joinville, um eufemismo para explicar que cada vez mais gente vive cada vez mais amedrontada.
Neste final de semana de revolta e tristeza, a cobrança imediata é pela prisão de quem cometeu a barbárie. Neste momento, não tem outra providência a ser exigida. Mais adiante, a indignação precisa se manter viva para exigir mais segurança. Não se sabe se novas barbáries serão evitadas, mas se sabe que algo precisa ser feito.
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