No dia da Inauguration, como os americanos chamam a posse de um novo presidente por aqui, parti cedo para a Penn Station, pois, optei por fazer o trajeto NY – Washington de trem interestadual. Já havia recebido um comunicado da empresa de trens Amtrak para chegar cedo e ter atenção com pertences e comida, pois, poderia haver escassez nas dependências das estações. Além disso, o comunicado dava conta de que as ruas e acesso em Washington estariam bloqueadas para carros, ou seja, nada de táxi, nada de Uber, metrô ou a pé.

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No trem, todas, absolutamente todas as pessoas com quem conversei e que iriam a Washington atender a posse eram contra, estavam com roupa de protesto ou com cartazes. Se havia algum apoiador do Trump no trem, por receio ou vergonha, não se manifestou.

Ao chegar na cidade, Union Station, estava pior que o esperado, tudo absolutamente parado, caos no trânsito, fila para comer, fila no banheiro, no metrô e opção encontrada pela maioria, inclusive por mim, foi mesmo ir a pé para o hotel. Imaginem a cena de centenas de pessoas arrastando malas por entre policiais e soldados, era Washington.

Logo deu para perceber o tom dos protestos. Pelas mulheres, pela paz, pela liberdade, pelos direitos civis, pelas minorias, e, dois cartazes em especial chamaram a atenção: por mais amor e outro religioso que dizia: o verdadeiro Presidente é Jesus.

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Alguns membros da imprensa americana tentaram resumir o clima da posse, um país dividido porém ainda uma unido recebe seu 45° presidente.

*André Rezende, administrador e auditor