Um dia depois da sessão do TRE que determinou a diplomação de Camilo Martins (PSD), segundo colocado na disputa eleitoral de 2012 em Palhoça, o coronel Ivon de Souza (PSDB), que foi o mais votado, falou ao DC. Ele disse que vai recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que há necessidade de questionar a denúncia de suposta adulteração de documentos da convenção do partido, em junho do ano passado.

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Diário Catarinense – Quais os próximos passos na busca por assumir o cargo? O senhor busca o recurso no TSE?

Ivon de Souza – Na verdade, todos esses procedimentos na Justiça o doutor Péricles Prade (advogado de Ivon no caso) é o responsável. Ele está tomando todos os encaminhamentos. Tudo aquilo que tivermos direito de nos resquargar, de nos dar segurança na vitória nas urnas do dia 7, vamos brigar porque é algo de direito, para que tudo aquilo que foi decidido pelo povo seja respeitado.

DC – Como o senhor recebeu da decisão do TRE-SC ontem à noite?

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Ivon – Fico muito triste porque a soberania popular não ficou em primeiro plano. A vontade do povo, de 30 mil pessoas que escolheram seu candidato, foi colocada em uma situação – não que estivessem eles contra isso – mas não foi respeitada essa vontade. Até porque quando dois juízes disseram que uma ata estava falsificada e outro disse que isso era caso de polícia, eu pergunto: onde é que está Ministério Público, Polícia Federal, nesses oitos meses que sucederam as eleições. Fiscalizaram ou investigaram tudo isso que ocorreu? Tudo isso não foi discutido apenas ontem. Isso já vem sendo discutido desde a pré-eleição, que houve adulteração de documento. E adulterar documentos públicos é crime. Se existe tanta cobrança para que as leis sejam cumpridas, sejam respeitadas, como dizem que a convenção não foi respeitada. Por que não investigaram aqueles malfeitores que descumpriram a lei, trazendo prejuízo pro povo através de crime de adulteração de documentos.

DC – Não teria sido a equipe do senhor que protocolou esses documentos no cartório?

Ivon – Não, não. Toda a documentação que tinha em em ata, de diretório, de convenção vem do próprio diretório. Inclusive foi concedida uma liminar, anteriormente, anulando uma convenção legítima, toda essa adulteração. Quem perde é o povo de Palhoça, não eu. Apenas fui um candidato, perdi as eleições que ganhei. Hoje não estou brigando nem tanto pelo meu mandato, mas estou brigando pela minha honra, que foi colocada em xeque quando se comentou que houve adulteração de documento. Então, essa situação toda que enfrentamos, que escutamos e assistimos ontem, quando disseram que tinha uma ata irregular, por que que não se faz uma investigação disso? Não estou dizendo que sou melhor ou pior do que outro, mas, se hoje Palhoça está sofrendo todas essas consequências, por que não se colocou a polícia para periciar esses documentos. Nada até hoje foi feito. O que se quer com tudo isso?

DC – O senhor seria candidato em uma eventual nova eleição em Palhoça?

Ivon – Meu processo á administrativo. É uma ação do partido contra o partido. Então, posso ser candidato de novo. Mas é evidente que tenho que fazer uma reavaliação de tudo. Daqui a pouco, é capaz de esquecer o pingo do i na minha assinatura e a Justiça dizer que está irregular. Então tenho que tomar todo cuidado para ver de que forma agora posso ser perseguido. O que sinto hoje é que não se quer homem de bem governando.

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