Em Porto Alegre, Rosângela Maciel, 56 anos, se viu surpresa com a ligação no meio da madrugada desta quarta-feira. Uma ligação do escritório do Greenpeace, em Amsterdã, dava uma das piores notícias: a filha Ana Paula Maciel foi indiciada por pirataria na Rússia.

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Detida desde 19 de setembro na Rússia, a ativista gaúcha e mais cinco colegas do Greenpeace de nacionalidades britânica, americana, russa e finlandesa tiveram a acusação por pirataria em grupo organizado formalizada. O crime pode ser punido com pena de 10 a 15 anos de prisão

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– Eles foram muito rápidos. Ontem (terça-feira) determinaram a prisão e em menos de 10 dias já indiciam. Estou apreensiva, preocupada, mas acredito nos advogados do Greenpeace – afirma Rosângela.

A mãe de Ana Paula lamenta a incomunicabilidade da filha, com quem não conseguiu trocar nenhuma palavra desde a detenção. Para ela, disseram que a comunicação com familiares poderia atrapalhar a investigação.

Atenta, Rosângela mantém contato com o Itamaraty e o consulado na Rússia, de quem recebe “toda a assessoria possível”. Ela espera que a filha seja liberada para responder o processo no Brasil.

Segundo a assessoria da Secretaria de Direitos Humanos, da Presidência da República, Ana Paula está fisicamente bem e sendo tratada de maneira adequada na prisão.

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– Não estou triste, mas preocupada. Queria ouvir a voz dela e abraçá-la novamente – diz esperançosa.

Manifestações

O Ministério das Relações Exteriores divulgou nota na terça-feira, na qual afirma que tem “acompanhando com atenção o caso da detenção de ativista brasileira” e que a “intervenção da diplomata brasileira permitiu que os advogados acompanhassem os depoimentos”.

Em uma nota publicada no site do Greenpeace no Brasil, a corporação, Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional, disse que “a acusação de pirataria está sendo lançada contra homens e mulheres cujo único crime é a posse da consciência”.