“Não é somente por mim”. A afirmação é do zagueiro Sandro, do Brusque, após ele conseguir na Justiça uma indenização por injúria racial. O jogador foi chamado de “negro desgraçado” por um torcedor durante uma partida contra o Brasil de Pelotas no fim do ano passado.
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Após a decisão, que ainda cabe recurso, o atleta disse ver a sentença como um grande passo.
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— Vemos diversas pessoas sofrendo, sentimos a dor na pele. Não é somente por mim. Qualquer tipo de discriminação é condenável. Nós, graças a Deus, somos atletas de futebol, podemos falar, ir ao tribunal, buscar justiça — desabafou.
Ao longo da carreira, o atleta passou por grande clubes, como o Fluminenses e o Ceará.
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Sandro tem 34 anos e nasceu na cidade do Rio de Janeiro (RJ).
—Vim de comunidade, são muitos que sofrem desse tipo de discriminação mas não podem falar, ou até mesmo buscar justiça, por vários motivos. Então temos de buscar justiça por eles também.
O zagueiro deve ser indenizado em R$ 15 mil. A responsabilidade pelo pagamento, segundo a sentença do juiz Frederico Andrade Siegel, é do torcedor e também do clube, ao qual o homem é membro da torcida organizada.
Nas palavras do magistrado, “considerando a estreita ligação entre torcidas organizadas e clubes de futebol, vislumbra-se entre eles, na mesma medida, concorrência da responsabilidade civil por atos praticados no interior de estádio de futebol”.
O caso aconteceu durante uma partida válida pela 27ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro de 2021, que terminou com a vitória do clube catarinense por 2 a 0. O torcedor e o clube ainda podem recorrer da sentença.
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