A escolha de pessoas para compor o governo do estado a partir de agora terá um caráter técnico aliado a escolhas políticas, afirmou o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) nessa terça-feira (15) depois da posse do novo presidente da Federação Catarinense dos Municípios (Fecam), Joarez Ponticelli (PP).

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A declaração de Carlos Moisés é feita após as críticas de aliados que levaram à saída recente de dois nomes do governo. A polêmica se instaurou em função de que uma das promessas de campanha de Carlos Moisés foi a de constituir um governo mais técnico do que político.

Técnico ou político?

O afastamento de Tiago Savi da presidência da Santur e da policial militar Edenice Fraga da coordenadoria da Igualdade Racial não teve motivações partidárias, segundo o governador.

– Em geral, a manifestação partidária é livre, mas tivemos aposta da população em uma mudança na última eleição. Então, as pessoas que se aliam a uma ideologia de esquerda, é natural que a gente tenha preferência pelas pessoas que elegeram o governo de Santa Catarina – explicou.

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Para o governador, algumas bandeiras político-partidária são incompatíveis com a gestão estadual.

– Esse é um entendimento muito claro, não é pressão partidária, é uma decisão minha, do governador, nenhum deputado interfere nessa decisão. (…) Fazemos um crivo político das aparições das pessoas na redes sociais e alguma coisa foge ao controle e tem que se corrigir – comentou.

Conforme Moisés, é fundamental que os integrantes do governo sejam alinhados ao governo do estado.

– Não nessa questão meramente política, mas que pelo menos sejam isentas. Estou escolhendo currículos para pasta da Santur que não tenham nenhum alinhamento político, não tenham exposição em rede social, que não tenham levantado bandeira em favor de A, B ou C. Agora, se tivermos que fazer uma escolha, vai pender para o caráter técnico alinhado a escolhas políticas – afirmou.

Uso do nome social

Quanto ao veto ao projeto de lei para o uso de nome social por travestis em serviços do governo do estado, divulgado nessa terça-feira pelo colunista Anderson Silva, do Diário Catarinense, Carlos Moisés disse que a questão não deveria tramitar na Assembleia Legislativa.

– Particularmente até não tenho nenhuma contrariedade ao projeto em si, à ideia do projeto, mas penso que o veto do projeto foi um um veto técnico. A competência não é estadual para regular essas ações junto aos cartórios, é legislação federal. É nesse sentido que a gente vetou, tem uma competência adequada para fazer esse tipo de alteração legislativa – informou.

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Crise no PSL

O governador Carlos Moisés disse ainda que não deve interferir na crise interna do PSL. O problema foi deflagrado na semana passada depois que três dos quatro deputados federais eleitos pelo partido em Santa Catarina pediram à presidência nacional do PSL a destituição da Executiva estadual, de Lucas Esmeraldino. Para Moisés, é preciso separar o governo do estado da atuação do partido.

– Temos separado o que é o governo de Santa Catarina, com a questão político-partidária. Eu fiz isso na escolha de secretários de primeiro escalão. (…)O partido tem um presidente e penso que ele tem que fazer a gestão dessa condição. Foi anunciada uma nova chapa, que não agradou algumas pessoas, mas isso tem que ser resolvido dentro do partido, isso não devia ter sido objeto de imprensa, poderia ter sido feito dentro do partido, pelo presidente – afirmou.