O pré-candidato a presidente da República nas eleições de 2022, Ciro Gomes (PDT), reforçou as críticas que vem fazendo ao ex-presidente Lula (PT) e ao atual, Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista ao Diário Catarinense e à CBN Diário na tarde desta quinta-feira (3), Ciro reprovou o modelo econômico e de governo mantidos pelos dois últimos mandatários do país e disse que a onda que deu 70% dos votos a Bolsonaro no Sul do país ocorreu por protesto, ao que ele chamou de “contradição do Lula, com corrupção e colapso econômico”.

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Quem são os pré-candidatos a presidente nas Eleições 2022

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– Por que o povo votou em tamanha proporção em um homem sem proposta, sem história de vida e sem obra [Bolsonaro]? Votou para protestar, contra a contradição de corrupção e o colapso econômico e social que o PT provocou. Agora, não é possível que a resposta à decepção com Bolsonaro seja votar no Lula, mais envelhecido, mais cansado, mais corrompido, que está repetindo as mesmas práticas, com as mesmas pessoas – criticou.

Assista à entrevista

Preço da gasolina

Um dos temas bastante abordados por Ciro em suas entrevistas, o preço da gasolina foi um dos assuntos questionados ao pré-candidato. Ele chamou de “assalto a mão armada” a atual política de preços e disse que a Petrobras abandonou a lógica do custo da matéria-prima em troca de remunerar os acionistas minoritários. Ele comparou o lucro de grandes petroleiras internacionais, que segundo ele ficaram entre 6% e 6,5% ao ano, ao dos dividendos pagos pela Petrobrás, que teriam atingido 38%.

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– No primeiro dia, meu governo publicará dois editais. Um chamando o conselho para acabar com a política de paridade e substituir por política de custo mais rentabilidade. O segundo edital, dado que quando eu anuncio isso vou produzir queda nas ações, eu anuncio como fato relevante que o governo brasileiro recomprará todas as ações vendidas pelo Lula – e isso a gente precisa saber, quem vendeu a maioria das ações foi o Lula – afirmou Ciro.

Ele defendeu a transformação da empresa em uma grande companhia de energia, com investimentos em fontes alternativas como hidrogênio verde, eólica e solar.

SC e o bolsonarismo

Questionado sobre o eleitorado conservador de Santa Catarina, Ciro lembrou que o fundador do PDT, Leonel Brizola, nome histórico da esquerda, chegou a ganhar eleições em Santa Catarina em 1989. Com isso, refutou uma relação do Estado com o bolsonarismo.

– Eu não aceito propriamente que povo de Santa Catarina seja bolsonarista. O que o povo de SC não aguenta mais, e é baseado na pequena propriedade, na tradução religiosa, na moralidade, uma cultura, uma forte imigração germânica, polonesa, ucraniana. […]. Enfim, o que é que eu pretendo fazer? Andar com meus companheiros, Manoel Dias, Rodrigo Minotto, nosso deputado estadual, e revisitar esse território que eu conheço tão bem propondo, primeiro, um diagnóstico completo dos problemas do Brasil, e segundo, uma proposta com começo meio e fim – afirmou.

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Pesquisas eleitorais

Ciro antecipou posições de um eventual governo, como propor o fim da reeleição, a começar pela do presidente da República, e também levar a plebiscitos propostas do governo que conflitem com o Congresso por questões como pressão política ou lobby. Também falou sobre o fato de ainda aparecer em terceiro ou quarto lugar nas pesquisas de intenção de voto até o momento, enquanto Lula e Bolsonaro estão consolidados nas duas primeiras colocações

– Pesquisa é retrato e a vida é filme. O retrato de hoje é o presidente que está na mídia todo dia, falando bobagem ou não, está na mídia todo dia – afirmou, criticando Bolsonaro por ter retirado impostos de jet skis, o que segundo Ciro deixa claro que a prioridade do presidente não são os mais pobres.

Lula e Bolsonaro são “bola de chumbo” para o Brasil

Ciro disse ainda que “nunca mais faz campanha na companhia de bandido, seja de direita ou de esquerda” e que Lula “produziu essa tragédia”, em referência ao governo Bolsonaro, ao insistir na candidatura quando estava inelegível. O pedetista citou as pesquisas que apontavam a possível vitória de Ciro contra Bolsonaro em cenários de segundo turno.

– Eu estou tentando construir um caminho para o povo brasileiro. Francamente, eu não estou mais obrigado a engolir mais essas contradições. Eles são uma bola de chumbo amarrando o Brasil ao passado. E eu quero chamar o Brasil para o futuro, para um voo de águia, acabar com esses voozinhos de galinha, de enganação, de mentira, que é o que está atrasando o Brasil – afirmou.

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Mudanças na economia

Ciro propôs mudar o modelo do tripé macroeconômico, criticou o baixo patamar de investimento público e de crescimento do país nos últimos anos e de volta de alta dos juros. Citou as famílias endividadas no cadastro do SPC que “acreditaram na farra consumista que Lula produziu”.

– Isso é o que interessa à eleição discutir. Fazer de conta que não está acontecendo isso é desconsiderar a doença, e, portanto, se você desconsidera a doença, não tem remédio que funcione – pontuou.

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