A reportagem do Diário Catarinense conversou com Sander DeMira, empresário e presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif), sobre a ideia da criação de uma Taxa de Preservação Ambiental (TPA) na cidade. A entidade recebeu na noite de terça-feira o presidente da Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap), Marius Bagnati, autor da proposta, oportunidade em que, segundo DeMira, a posição da Acif contra a proposta foi consolidada.
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Tire suas dúvidas sobre a proposta de taxa ambiental em Florianópolis
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DC – A Acif apoia a criação de uma taxa ambiental na Ilha de SC?
Sander DeMira – Convocamos o presidente da Comcap para uma conversa na noite de terça, e a partir dessa reunião formulamos uma posição da entidade, que é: não há justificativa para concordar com a proposta que está sendo lançada. O Brasil é um dos países que mais pagam impostos no mundo, mas temos baixíssima retribuição em relação ao que é pago. Ou seja, é preciso um choque de gestão no poder público e uma recapacitação do turismo. Gosto de usar uma analogia: “não adianta continuar botando gasolina no tanque furado”. Senão, o dinheiro nunca vai ser suficiente.
DC – O que deve ser feito então para melhorar o setor?
DeMira – Precisamos de um plano que realmente pense na qualificação do turismo. Não adianta ter a ilusão de que um novo tributo vai resolver a situação sem bolar outras ações estruturantes de fato. Florianópolis continua de costas para o mar, continua sem marinas, sem receber transatlânticos. Será que isso não geraria muito receita para a prefeitura do que a criação de um pedágio?
DC – O público muda com a criação da taxa?
DeMira – Não é cobrar R$ 20 que vai qualificar o turismo, ninguém vai cancelar ou programar uma viagem de férias porque agora tem que pagar uma pequena taxa para entrar na cidade. Pelo contrário, passa uma impressão ruim: ao invés de fazer um movimento de receber o turista, a gente faz o contrário e cobra dele. É claro que é bacana ter um chuveiro na praia, mas é preciso deixar a iniciativa privada tocar isso, e não onerar ainda mais o turista e o empresário.
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