Nas férias de julho, fomos ao Chile, porque viajar é preciso. Pois então. Alguns
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nos chamaram de malucos porque pegaríamos o período de frio intenso por lá. Saibam que andei em mangas de camisa (do JEC, diga-se) na maior parte dos sete dias de vida de turista. O frio rigoroso com que nos amedrontavam revelou-se fantasia, pelo menos naqueles dias.
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No retorno, parentes e amigos só queriam saber do frio e da neve que cobre a cordilheira – onde, na visita, também reinou a manga curta, 13 graus que nem se notavam como tais. Pisava em neve e afundava até o joelho, mas o sol forte e o céu azul impediam o frio que “vendia” a vista do solo branco como a pena do pato branco ou cena de conto de Natal. Surpreendente.
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Então, todos querem saber de frio e, surpresos, escutam que não foi o que mais chamou a atenção. “Não?!?!?!” Querem saber o que foi, então. A cultura de Santiago? Seus museus? Suas mulheres? O vinho? Parques? Uma lhama cuspidora?
Os cachorros de rua, respondo, para arregalar geral de olhos. Na verdade, o quão gordos são os cachorros de rua encontrados na capital chilena. É a visão que ainda está gravada.
Não são tantos largados quanto por aqui. Não são tantos lá para as bandas do Pacífico, mas como são gordos. Bolotas. A obesidade daqueles animais circulando lentamente chama de cara a atenção. Logo, acostuma-se com o quadro, porque se constata que a adiposidade é quase regra entre estes perambulantes bastante sociáveis. Encontrei-os, nutridos e fornidos, também em Valparaíso e Viña del Mar. Intrigante. Fenômeno.
São muito bem-tratados, pelo jeito. Adotados informalmente, diria até. Alguns, vestidos.
Como pode cachorros grandes e gordos ocuparem mais lugar na lembrança do que pontos turísticos e culturais? Deve ser um pouco de frouxidão sentimentalista que chega com a idade avançando. Só pode.
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A mente poluída quis imaginar como seriam as pulgas destes cachorros roliços. Grandes, de tão gordas, amareladas e prestes a expl… ora, mas que papo. Além do mais, diz o ditado que só vê pulga em cachorro magro, o que não é o caso dos perros de rua chilenos.