Os fuzis apreendidos pela Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) em São José, na manhã desta terça-feira, poderiam ser utilizados por criminosos para vingança à morte de três jovens executados na Guarda do Embaú, em Palhoça, há 13 dias.
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Essa possibilidade é investigada por policiais civis da Divisão de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Deic. Isso porque entre os três rapazes mortos está Gabriel de Oliveira, 15 anos, filho do traficante Rodrigo de Oliveira, o Rodrigo da Pedra – ninguém foi preso ainda pelo crime de Palhoça e suspeitos estão sendo ouvidos e investigados.
A polícia apura chance de criminosos rivais estarem movimentando-se para vingar os assassinatos, numa nova guerra entre traficantes.
Rodrigo da Pedra é considerado pela polícia líder do tráfico no Morro do Horácio, em Florianópolis, e foi mandado para a Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, por envolvimento com a onda de atentados em Santa Catarina, em fevereiro. A seguir, a entrevista com o delegado Cláudio Monteiro sobre a ação desta terça-feira:
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ENTREVISTA: Cláudio Monteiro, delegado da Deic:
Diário Catarinense – Como a polícia chegou as armas?
Cláudio Monteiro – Estamos numa investigação complexa em cima do Maicon Cesar Ramp há dois meses. Tivemos a informação que ontem ele receberia as armas e hoje entramos na casa. Uma das armas havia sido levada da 1ª Delegacia de Itajaí.
DC – Pertencem à quadrilha?
Monteiro – Sim, são de facção criminosa (PGC), serviram para assaltos, intimidações a grupos rivais e cobrança de dívidas. Iriam fazer caixa com os roubos (principalmente a caixas eletrônicos) para o tráfico de drogas. É um ciclo criminoso que as quadrilhas agem.
DC – Quem é o Maicon?
Monteiro – Tem antecedentes, já havia sido preso na operação Ali babá, por porte de arma e homicídio (tentativa).
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DC – Chama a atenção o arsenal…
Monteiro – Não me impressiona. Há fuzis nos morros da Capital também.
DC – Alguma possibilidade de essas armas terem relação com o triplo homicídio de Palhoça?
Monteiro – Não podemos descartar que essas armas poderiam ser alugadas a criminosos que fariam vingança a esse crime. Na semana passada tivemos a informação que criminosos fizeram um bonde e estavam armados para isso.