“ A mendicância é quase tão antiga quanto as próprias cidades e para entendê-la é preciso ver além da pobreza. Em tese, são indivíduos em estado de extrema carência material forçados a viver na rua, originando o termo vagabundo – aquele que vaga, que tem uma vida errante. O tempo tornou a questão bem mais complexa, e a indigência também está associada a drogas, alcoolismo ou doenças psiquiátricas. E também há os “profissionais”, que acham mais fácil e lucrativo mendigar a exercer um emprego normal.
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Não é possível ignorá-los e menos ainda tratá-los com assistencialismo, mesmo que pareça um grande desafio resgatá-los ao convívio social. A CDL de Florianópolis e o Conseg do Centro lançaram a campanha Não dê esmola, dê oportunidade, para conscientizar moradores e comerciantes de como efetivamente ajudar a população de rua. Há uma rede de serviços de assistência social oferecendo alimentação, banho, moradia e atendimento psicossocial. Os espaços de acolhimento para a população de rua têm 140 vagas entre albergues e casas de apoio, além dos serviços da rede privada.
Cada vez que é doado dinheiro ou alimentos, o morador de rua sente-se estimulado a permanecer na mendicância. E o dinheiro pode ser usado para comprar drogas ou álcool. A alternativa é estender-lhes condições reais de reestruturação, garantindo os direitos da população de rua, o que significa transcender o assistencialismo e o voluntarismo. As ações educativas já começaram a ser desenvolvidas com usuários do Ticen, feirantes do Largo da Alfândega, frequentadores de igrejas, restaurantes, padarias, bancos e demais estabelecimentos onde há maior frequência e permanência do morador de rua. Além de orientações sobre como agir no atendimento a essa população, o material distribuído ensina como proceder em caso de violação dos direitos desses indivíduos, desordem ou ocupação irregular do espaço público municipal, além de roubo, furto ou invasão de propriedade. O trabalho é de longo prazo, mas as consequências sociais, salvando vidas, justifica o empenho. “