Os bancos – um oligopólio – querem eleger Marina Silva presidente. Para isso, enxugaram a concessão de crédito. A análise é de Mário Bernardini, diretor de competitividade da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq).

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Ele fez palestra para empresários joinvilenses na segunda-feira, dia 8, sobre cenários macroeconômicos. Foi durante a reunião semanal da Associação Empresarial (Acij).

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O empresário aposta que a inflação vai se aproximar do centro da meta até dezembro, mas o PIB se contenta com alta de apenas 0,6% neste ano. Bernardini ainda alerta que a produção industrial vai cair 2,5% em 2014 e que não é possível reduzir a inflação para menos de 5% ao ano.

Estados Unidos

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– O PIB dos Estados Unidos cresce, em 2013-2014, cerca de 2%. E está subindo. No próximo ano, o desempenho da economia norte-americana deve ficar acima da média dos países desenvolvidos.

Europa

– A Europa passa pelo segundo mergulho desde o período 2008-2009. O continente não deve crescer neste ano, e, para 2015, a projeção é de alta de 1%. Até a Alemanha teve pequena retração no segundo trimestre de 2014. Isso mostra que nós, brasileiros, não estamos sós.

China

– A China continua puxando a economia global. Cresce 7% neste ano, podendo chegar a 8% em 2015. A Índia cresce 6%. Estes dois países garantem a expansão de todo o continente asiático. A América Latina cresce 2%, mas o México, nos últimos dez anos, cresceu menos do que o Brasil.

Brasil

– O PIB do Brasil vai crescer só 0,6% neste ano. Em janeiro, falávamos em 2%; em junho, em 1,5%. Expansão mais importante só veremos em 2016. Como a população mundial vai aumentar, no máximo, 2,5% e o comércio global subirá de 4% a 5%, chegará o momento em que as opções de demanda de nossos produtos, no exterior, se estabilizarão. Daí, a necessidade de voltarmos para o mercado interno. O Brasil terá de crescer para dentro. Só há uma fronteira a explorar: a da infraestrutura. Isso depende da competência dos futuros governantes.

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Preço

– Os serviços só dependem da Selic no longo prazo. Quando há retração de renda, ou o desemprego aumenta, é claro que a procura por serviços cai junto. A consequência é a baixa do preço cobrado pelos prestadores de serviços. Não podemos esquecer que é o preço o motor do capitalismo.

Juros

– Os Estados Unidos vão aumentar os juros em 2015. Aí, os títulos norte-americanos vão concorrer com os títulos do governo brasileiro. Neste caso, ou o Banco Central sobe a taxa Selic, ou acerta o câmbio. O governo brasileiro sempre optou por elevar os juros. O sistema financeiro agradece.

Inflação

– Reduzir a meta da inflação não é coisa fácil de se fazer. Não dá para diminuir a inflação para menos de 5% ao ano. Em setembro, a inflação anualizada é de 6,52% – acima da meta oficial, de 6,5%. A tendência é rodarmos para abaixo da meta, tendendo ao centro, até o final do ano.

Petróleo

– O governo quebrou a Petrobras para não aumentar as tarifas de combustíveis. Preferiu aplicar US$ 20 bilhões por ano na contratação de leasing de plataformas porque não tinha dinheiro para construí-las.

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Marina, a preferida

– O Brasil está em recessão técnica. Isso tem seus efeitos negativos. Como os bancos – que se constituem em oligopólio muito poderoso – querem eleger Marina Silva presidente, reduzem concessão de créditos. Sem aumento de massa salarial, com crédito bem mais enxuto e caro, o consumo morreu. Isso significa que a inflação não deve subir.

Recuo

– Pela primeira vez, a produção de automóveis vai cair. E a produção industrial recuará 2,5% em 2014. É um péssimo indicador. O câmbio vai fechar o ano em torno de R$ 2,45.