Figura relevante do governo Dilma Rousseff, o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, diz que o país precisa concentrar energias na análise de alternativas para superar a severa crise econômica. Enquanto almeja um rápido sepultamento do impeachment, se prepara para conduzir, ainda no primeiro semestre, o debate sobre a reforma da Previdência.

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Qual a avaliação do momento político?

Temos um quadro internacional de enormes restrições e instabilidades. Todos os países estão concentrando energias na escolha de estratégias de superação da crise econômica. Esse me parece o desafio do Brasil para 2016: reconhecer as dificuldades internas e construir um ambiente concentrado na retomada do crescimento econômico e na geração de emprego. É evidente que a agenda irresponsável do impeachment, organizada em 2015, foi danosa ao país. A minha expectativa é de que seja rapidamente e definitivamente derrotada, e que possamos abrir 2016 num ambiente de diálogo positivo e construtivo.

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A estratégia do presidente da Câmara é de postergar a instalação da comissão de impeachment. Isso atrapalha o governo?

O tema Eduardo Cunha está sendo tratado pelo Judiciário, pelo Ministério Público Federal e pela Câmara. A minha expectativa é de que também seja uma agenda rapidamente resolvida, encerrada, de tal forma que a Câmara possa recuperar um papel protagonista, respeitado, para colaborar com o país.

Há clima para aprovar a volta da CPMF?

A CPMF é um imposto provisório, importante para o equilíbrio das contas, destinado à saúde e à seguridade social. Será para União, Estados e municípios, vai ter retorno direto com a melhoria dos serviços para a população. É um imposto que chega a todas as atividades econômicas. Acredito na sua aprovação por conta dessas

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características.

Dentro do que o governo já analisou, a reforma da Previdência passaria por quais itens?

Formas de financiamento, alíquotas, combate à sonegação e a fraudes e avaliação das renúncias tributárias ao longo dos últimos anos. A partir da expectativa de vida crescente, tempo de contribuição e idade, tendo como referência a fórmula 85/95 aprovada pelo Congresso, com a progressividade.

O PMDB é o maior aliado e também um dos maiores opositores. Como projeta a relação com o partido em 2016?

O PMDB tem autonomia, é governo, disputou e conquistou a vice-presidência da República com a presidenta Dilma Rousseff. O que acredito é na ampliação da responsabilidade política de governar o país.

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Em março, o PMDB terá um encontro nacional e algumas vozes importantes da sigla defendem a ruptura com o PT e a saída do governo. O que isso significaria?

Não consideramos essa hipótese.