Esquecer-se de tomar um medicamento ou sentir dor por conta de agulhas pode ter seu fim anunciado em breve. A nanociência promete que pacientes não precisarão mais ingerir nenhuma pílula ou sentir a picada da agulha, de acordo com a Agência Brasil.
Continua depois da publicidade
E isso não é conversa de ficção-científica, representada em filmes como o Homem de Ferro ou A Viagem Fantástica. Os remédios conhecidos como transdérmicos já estão no mercado. Eles podem ser administrados tanto por aplicações diretas quanto por adesivos que liberam a substância de modo constante. A principal vantagem é eliminar ou reduzir os efeitos colaterais.
– Em pouco tempo não vamos precisar tomar mais nada por via oral. No futuro todos os medicamentos serão transdérmicos. Quando a pessoa estiver com dor de cabeça, vai passar o medicamento na têmpora e a dor vai melhorar. No futuro, não vai precisar mais engolir um remédio – explica Marco Botelho, professor de biotecnologia no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará.
Os transdérmicos podem ser usados no tratamento de diabetes, dores crônicas, náuseas, hipertensão e anticoncepcionais. Segundo Botelho, a nanotecnologia pode beneficiar até mesmo o tratamento de tumores – a nanopartícula identificaria apenas o tecido doente e agiria diretamente nele.
Continua depois da publicidade
A boa notícia não é apenas para quem sofre com alguma doença. Para quem gosta de cuidar de sua beleza, o setor de nanocosméticos também está avançando no Brasil. Atualmente, produtos de preenchimento de rugas por meio de micropartículas já é uma realidade.
– É uma área de muito sucesso. Temos várias empresas produzindo e comercializando produtos na área de nanocosméticos. Tem muitos grupos de pesquisas ativos e é uma área que tem impacto econômico muito grande – diz à reportagem da Agência Brasil.
O mercado para o desenvolvimento de produtos nesta área é muito atraente. De acordo com o coordenador de micro e nanotecnologias do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Flávio Plentz, o Brasil é o segundo mercado de consumo de cosméticos e de higiene pessoal no mundo.
Continua depois da publicidade
O grupo Boticário já identificou o poder do segmento e investe 2,5% de seu faturamento anual em pesquisas na área de nanotecnologia. Agora, eles trabalham em uma área chamada de triplananotecnologia, em que ocorre a “liberação direcionada” da substância. As partículas de ingredientes penetram nas diferentes camadas da pele e liberam os ativos de acordo com a necessidade.