O segundo dia do Desafio da Inovação, em São Paulo, reuniu palestrantes que definitivamente “pensam fora da caixa”. Afinal, não é qualquer pessoa que pensa em pegar células vivas, carrega-las em uma impressora e obter tecido 3D que poderia se desenvolver num rim ou coração. Imagine então desenvolver um fígado em microescala num chip de silício? É gente com esse tipo de ideia que veio a São Paulo para participar do “Challenge of Innovation 2013 – Thinking out of the Box with MIT”.

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Em um auditório repleto de CEOs de empresas nacionais e internacionais, lideranças tecnológicas e agentes públicos, pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) debateram as inovações que irão redefinir as estratégias sobre a economia global e mudar a vida das pessoas no próximos anos.

Fruto da parceria de uma década entre a Fundação Certi e o Industrial Liason Program (ILP-MIT), o evento conta ainda com apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ).

::: Galeria de fotos: veja quem “pensou fora da caixa” em SP

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Palestrantes do segundo dia:

Utkan Dermirci

Quem é: Professor em Harvard e no MIT, líder de um grupo de 30 pesquisadores na área de nanotecnologia aplicada à medicina.

Painel: Tecnologias de Micro e Nanoescala na Medicina

Por que é relevante: Imagine pegar células vivas, carregá-las numa impressora e obter um tecido 3D que poderia se desenvolver num rim ou coração. Dermirci é pioneiro dessa área. Ele liderou a equipe que imprimiu tecido cerebral em 3D em laboratório com uma técnica de baixo custo. A pesquisa poderá revolucionar os tratamentos médicos no futuro, permitindo criar tecido para determinar a efetividade de uma droga no tratamento de um paciente específico.

Linda Griffith

Quem é: Bioengenheira e diretora do Center for Gynepathology Research (CGR), inaugurado na Escola de Engenharia do MIT para pesquisar avanços da engenharia que ajudem na compreensão da biologia e fisiologia do trato reprodutivo feminino.

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Painel: Do Laboratório à Clínica: Transformando Pesquisa em Prática

Por que é relevante: Griffith é uma referência global no campo da engenharia de tecidos. Cruzando fronteiras, ela ficou famosa por fazer crescer uma orelha humana nas costas de um rato e um fígado em microescala num chip de silício. Agora, lidera um grupo de pesquisas no projeto chamado informalmente de “o corpo humano num chip”. As aplicações futuras do trabalho podem tornar transplantes de órgãos coisa do passado e acelerar a pesquisa de novos medicamentos e tratamentos. O maior problema dos pesquisadores hoje é que as complexidades do corpo humano não podem ser perfeitamente recriadas com poucas células num laboratório nem com testes em animais. A equipe de Lisa está aperfeiçoando o “fígado no chip”. Construído com pequenos canais que imitam os vasos sanguíneos, esse chip faz com que células-tronco do fígado se comportem exatamente como no corpo humano e cresçam na estrutura artificial, processando nutrientes e vitaminas como um fígado real faria.

Ahmed Ghoniem

Painel: Inovações em Energia Alternativa

Quem é: diretor do Center for 21st Century Energy do MIT

Por que é relevante: Ghoniem lidera uma equipe de pesquisadores que trabalha em novas abordagens para sistemas de energia integrados de emissão-zero com captura de carbono. A meta é reduzir drasticamente as emissões de gás carbônico de fontes de energia baratas e abundantes, como carvão e gás natural _ combustíveis fósseis representam quase 90% da matriz energética global hoje.

Martin Mocker

Painel: Fazendo Negócios Digitalmente: Qual é o modelo de aproximação do cliente do seu digital?

Quem é: pesquisador do MIT Sloam Center Information Systems Research (MIT CISR). Por que é relevante: seu foco de pesquisa é a gestão de TI e, especialmente, o papel das TIs para lidar com a complexidade empresarial, a construção de plataformas digitais e o impacto da digitalização nas organizações. Martin é professor catedrático do programa executivo de educação “Digital Strategy” no MIT Sloan School of Management e coordena as relações com os membros europeus do MIT CISR.

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Martin Schmidt

Quem é: associate provost do MIT, professor de Engenharia Elétrica e diretor do MEMS@MIT Center

Painel: Trabalhando de Forma Compartilhada: Um Convite para Colaboração

Por que é relevante: Schmidt é hoje uma peça-chave na relação entre indústria e academia dentro do MIT. Desde 2012, ele lidera dois escritórios que conduzem a pesquisa financiada pela iniciativa privada na instituição: o Technology Licensing Office (TLO), que faz a gestão de toda a propriedade intelectual gerada no MIT e o Office of Corporate Relations (OCR), que inclui o Industrial Liaison Program, organizador do Challenge of Innovation. Na função de associate provost, espécie de braço direito do presidente do MIT, Schmidt também administra os orçamentos da instituição e, recentemente, representou a universidade numa força-tarefa liderada pela Casa Branca visando a um renascimento da manufatura nos EUA. Schmidt tem um talento reconhecido em levar a inovação gerada nos laboratórios do MIT ao mercado. Como pesquisador, ele atua na área de sistemas microeletromecânicos (MEMS). Co-autor de mais de 80 publicações em periódicos e mais de 30 patentes.