Dia dos Namorados. O apelo comercial permanece desde a época em que eu sonhava ter uma namoradinha, cultivava amores platônicos por vizinhas ou colega de escola. E isso vai já em recuados tempos, nos tempos em que chuteira de jogador de futebol era preta.
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Comprar um presente era mais complicado. É provável que por isso se curtisse mais o ato de presentear em estado de namoro. Hoje, como tudo o mais, este formalismo, embora ainda exista em razão da data, parece mais seco, duro.
Em verdade, nem faço conta de como seja o namoro hoje. Observador das ruas e dos novos tempos, sei que os namorados agora se veem todos os dias, ou quase todos.
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Saibam estes que em tempos mais românticos, de beijos roubados e quando “ficar” era outra coisa definida pelo dicionário, namorava-se na casa dela às quartas, por breve tempo; repetia-se a dose no sábado e, no domingo, talvez uma voltinha. Mas foi nos tempos em que chuteira era preta.
Conheci namoro de 11 anos que não deu em casamento. Testemunhei outros, longos ou não, que resultaram em constituição de famílias, que é sempre a expectativa que se cria, ainda que as relações e os conceitos tenham mudado.
O namoro, especialmente na iniciação dele e dela, é fase gostosa. Poderia ser mais conservador e dizer que é etapa de conhecimentos e descobertas. Prefiro a primeira definição.
Mudaram as relações e os modelos. A chamada cara-metade, porém, não sai de moda. Esta procura sobrevive ainda em programas de rádio. E também se encontra em classificados. Alguns jornais abrem espaço gratuito para os corações solitários tentarem a sorte. Outro dia, li esta mensagem assinada por uma moça: “Tenho 21 anos, 1,67m, gordinha, trabalhadora, sem filhos, nem vícios. Procuro homem de 21 a 35 anos, sem vícios, para relacionamento sério”.
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Boa sorte. Todos buscam o amor. No namoro, está a bandeirada de largada. Como termina a corrida, só o tempo dirá.
Bom é testemunhar namoros que transcendem ao tempo e aos rituais e se mantêm vivos em plena vigência do casamento, numa saída para passeio, numa sentada para lanche, no respeito, na relação que o tempo amadureceu. O namoro é mais que a sua primária definição.