
Nascida em Florianópolis, mas criada em Itajaí a ex-árbitra assistente Nadine Schramm Câmara Basttos resolveu investir na carreira de comentarista de futebol na televisão. Uma decisão mais que acertada, afinal ela tem charme, graça, beleza e o conhecimento necessário do futebol e as regras.
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Filha de peixe? Nadine pegou do pai a vocação para a odontologia e a televisão. Filha de um locutor e apresentador de TV, detentor de uma das mais belas vozes do rádio e da televisão de Santa Catarina, José Carlos Câmara Bastos. Ele também foi goleiro, embora não tenha se profissionalizado. Chegou a agarrar no juvenil do Marcilio Dias, mas preferiu a comunicação.
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Nadine chegou a comentar comigo, certa vez: “Meu pai era estiloso, bonito e um grande profissional em todos os sentidos”. E é verdade. Tive o privilégio de trabalhar com o Câmara Bastos na TV Cultura e no rádio.
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Pois Nadine Basttos, formou-se como dentista e chegou a atuar na área por 12 anos. Parou há três anos. Ao mesmo tempo, ela destacava-se pelas linhas laterais dos principais gramados de Santa Catarina, do país e do mundo. Como árbitra assistente, integrou o quadro da Fifa entre 2014 e 2017, e atuou em diversas competições nacionais e internacionais. Há três anos, decidiu abandonar os campos para atuar em frente às câmeras, como analista de arbitragem no canal por assinatura Fox Sports.
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Aos 37 anos, chega a maior rede de televisão das Américas. Estreia neste fim de semana como comentarista na Rede Globo, depois de uma semana de muita expectativa em meio a ensaios, gravações de pilotos, posicionamento diante das câmeras. Ainda assim encontrou um tempinho para atender a reportagem.
No primeiro contato com ela, mostrou-se feliz e um pouco ansiosa pela estreia. Não é a primeira vez que vai atuar em televisão, ainda que agora ela vai falar para milhões de brasileiros. No fundo mesmo, deve estar um pouquinho nervosa, o que é perfeitamente natural. Vamos descontrair, Nadine. Nadine sempre foi muito reservada. Perguntas sobre amenidades maiores ou vida pessoal , nem pensar. Isso revela o senso de profissionalismo e a concentração para o início do Campeonato Brasileiro, onde ela será uma das estrelas da Central do Apito.
Confira mais detalhes do bate-papo com ela na entrevista a seguir:
O que você faz nas horas vagas?
Estudo, adoro praticar esportes, vejo muito futebol, filmes e escuto música.
Você é formada em odontologia. Ainda consegue conciliar as consultas ou teve que parar por causa da nova função?
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Cliniquei e trabalhei em consultório particular por 12 anos. Quando trabalhava com a arbitragem, conseguia conciliar com a rotina de jogos. Parei há três anos, desde que vim para o Rio de Janeiro.

Por que você mudou-se para o Rio de Janeiro?
O motivo foi a mudança de área. Não tinha como começar as duas coisas ao mesmo tempo em uma nova cidade. Pretendo me dedicar exclusivamente ao trabalho de comentarista por enquanto. Quem sabe mais a frente, não abra um consultório aqui no Rio de Janeiro. Mas é algo bem mais para o futuro.
O que levou você a aceitar este desafio e parar com a arbitragem? Você integrava o quadro da Fifa.
Pelo novo desafio e para abrir novas portas. A arbitragem é algo muito instável. Você pode estar vivendo um momento muito bom na carreira e, na temporada seguinte, ter uma lesão, por exemplo. Quando fui convidada para ser comentarista de arbitragem, vislumbrei um tempo maior de carreira nesta nova função e também o fato de não haver mulheres fazendo isso. Vi que poderia abrir o espaço para outras mulheres nesta área.
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Qual é a relação com o futebol?
A relação com o futebol vem desde pequena. Eu jogava quando criança e gosto de jogar até hoje. Na minha cidade, Itajaí, tem um clube onde o futebol feminino é bem competitivo. Tinha campeonatos com a mesma frequência do masculino. Eu participava de todas as edições. O fato de gostar tanto de futebol pode ser porque eu morava ao lado de um estádio. Quando você vivencia o futebol desde pequena, gostar se torna algo muito natural.
E o que fez você decidir ser árbitra?
Decidi ser árbitra muito por acaso. Gostava de jogar. Aprendi do zero quando comecei a fazer o curso. Fui convidada por uma amiga, que era a única mulher que ia fazer este curso, até então. Ela sabia dessa minha paixão pelo futebol. Virei árbitra.
Em quem se espelha nesta função de comentarista de arbitragem?
A grande referência de comentarista de arbitragem é o Arnaldo Cézar Coelho. Sempre vai ser. Um cara que ficou 29 anos na televisão merece o respeito de todos. Não só pelo tempo, mas pelo conhecimento que ele tem. Trabalhei também com o Carlos Eugênio Simon, que fez três Copas do Mundo. Hoje tenho a oportunidade de estar em uma equipe fortíssima, com o Paulo César de Oliveira, o Sandro Meira Ricci e o Sálvio Spínola, que foram grandes árbitros e também são muito respeitados como comentaristas. Sempre vou me espelhar em pessoas pelas quais tenho respeito e admiração.

E a expectativa para estreia?
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Estou ansiosa, com muita vontade e motivada. Já estou em contato com os meus colegas de trabalho, meus companheiros de Central do Apito. Temos conversado quase todos os dias.