Em entrevista à NSC TV nesta terça-feira (9), o delegado Jeferson Alessandro Prado Costa, da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) da Polícia Civil, falou sobre o andamento da Operação Oxigênio. Cinco prisões preventivas foram realizadas na segunda fase das investigações, entre elas do ex-secretário de Estado da Casa Civil, Douglas Borba. Conforme o delegado, o golpe não teria ocorrido sem a participação de agentes públicos. 

Continua depois da publicidade

— Uma organização criminosa não precisa necessariamente ter uma hierarquia. Mas nada disso teria acontecido se não houvesse facilitar de agentes públicos. Se tivessem cautela e cumprido as regras básicas certamente o crime não teria acontecido — afirma Costa. 

Com uma força-tarefa conjunta que envolve a Polícia Civil, Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) e Tribunal de Contas do Estado (TCE), a Operação Oxigênio apura irregularidades na compra de 200 respiradores pulmonares. O valor de R$ 33 milhões, pago adiantado pelo Governo do Estado, foi espalhado através de 56 transferências feitas pela empresa Veigamed. Os indícios são de lavagem de dinheiro. 

— Alguns detalhes sobre o afastamento de sigilo bancário eu não posso antecipar. Porém existe esta questão do recebimento e tentativa de se afastar do dinheiro. É uma tipologia da lavagem do dinheiro, tentar se afastar da origem ilícita. Enquanto este dinheiro não retornar ao Estado existe a vantagem ilícita — analisa o delegado. 

Cerca de um terço do montante total empregado pelo Governo do Estado na compra foi recuperado pela força-tarefa através do bloqueio de valores e sequestro de bens. A investigação segue a trilha do dinheiro na busca pela recuperação dos danos financeiros. Segundo o delegado Jeferson Alessandro Prado Costa, o trabalho também se concentra no momento na avaliação dos materiais apreendidos na segunda fase. 

Continua depois da publicidade

— Além das prisões que foram cumpridas, também foram feitas buscas nesta segunda fase com apreensão de documentos e mídias. Serão encaminhados para extração de evidências e análise documental do que foi apreendido. Continuamos também fazendo análise de todo o conjunto probatório que já havia sido apreendido na primeira fase — confirma o delegado.