No momento mais grave da pandemia do coronavírus em Santa Catarina, não há condições para o retorno das aulas presenciais, na avaliação do ex-reitor da UFSC, doutor em epidemiologia, Lúcio Botelho.
Continua depois da publicidade
Nesta quarta-feira (25), a secretaria de Estado da Saúde atualizou o mapa de risco e classificou 13 regiões em nível gravíssimo para transmissão da doença, a situação mais crítica desde março.
– Não há nada que justifique o retorno às aulas presenciais nesse momento. A falta da escolaridade é uma tragédia social, nós defendemos isso com muita força, só que nós tivemos oito meses para preparar toda uma estrutura e agora passamos a responsabilidade de decidir se há estrutura para diretores de escola. Nós não preparamos as escolas pro retorno que esperamos que tenham – afirmou Botelho.
Ouça entrevista:
Para o professor da UFSC Lúcio Botelho, desde o surgimento dos primeiros casos, faltaram ações efetivas do governo federal e o Estado transferiu a responsabilidade pela crise aos municípios. Com isso, agora para retomar as aulas presenciais, falta uma estratégia de testagem, de vigilância e de procedimentos no caso surgirem infectados entre alunos, professores, funcionários e familiares.
Continua depois da publicidade
– Pra mim, é fundamental que a gente entenda que o momento é gravíssimo, apostando no isolamento social, medidas proibitivas. Sabemos que tem impacto econômico, mas esse impacto pode ser muito maior. Estamos discutindo gente, futuro – afirmou.
Santa Catarina não pode naturalizar o nível gravíssimo para coronavírus
Santa Catarina registra mais 36 mortes por coronavírus e aumento de ocupação de UTIs
Secretário de Educação explica como será a volta às atividades presenciais na rede pública de SC
Botelho destacou também que a flexibilização das medidas sanitárias impactou no aumento do número de contaminados e pode causar mais mortes em Santa Catarina.
– A pandemia veio com maior gravidade, porque as pessoas estão muito expostas. Quando eu digo que estamos com um risco de transmissão de 1.3 e temos 24 mil casos ativos, significa que potencialmente, 31 mil pessoas mais estão contaminadas e vão ser mais 400 mortes. Enquanto estiver o risco de transmissibilidade acima de 1 não vamos conseguir parar a pandemia – declarou o professor.
Continua depois da publicidade