A tradição do povo gaúcho, contada pela Nação Guarani no Carnaval do Grupo de Acesso de Florianópolis deste ano, rendeu ao bairro Caminho Novo, de Palhoça, a honra de estar se apresentado no desfile do Grupo Especial em 2016. De acordo com o júri, a escola foi a melhor a passar pela Passarela Nego Quirido na última sexta-feira, 13, e garantiu espaço entre as principais agremiações da Capital com o enredo “O monarca das coxilhas… semideus galopante dos Pampas. Uma epopeia riograndense”, proposto pelo diretor de Carnaval, João Benites.
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No próximo ano, a Nação Guarani pretende seguir o lema “uma escola para o futuro” e se adequar às exigências impostas às escolas maiores. Para isso, já possui o apoio da atual campeã Os Protegidos da Princesa, que devem apadrinhar a escola nos próximos meses.
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O carnavalesco e presidente da Nação Guarani, Márcio Schitz, avalia de maneira positiva o Carnaval 2015, mas diz que vem muito trabalho pela frente.
_ Mostramos a realidade gaúcha dentro da fantasia do samba. Os 900 integrantes conseguiram fazer uma apresentação muito bonita, apesar da chuva. Agora, vamos programar o trabalho para o ano que vem, ampliar setores e serviços para competir de igual para igual e tentar surpreender _ avalia.
Para Schitz, o último ano já valeu a pena pelo fato de a Nação Guarani ter conquistado a comunidade do bairro Caminho Novo. A sede deverá crescer nos próximos meses. A intenção da escola de samba é unir diversidades: terceira idade, gays, cadeirantes e deficientes auditivos, por exemplo.
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_ Carnaval não é feito só de mulher bonita. Queremos conversar com as minorias e estruturar áreas para cada uma delas ter espaço na avenida _ pontua.
Em 2015, a escola não conseguiu apresentar um enredo por falta de apoio financeiro e acabou homenageando os cinco Centros de Tradição Gaúcha (CTG) que existem em Palhoça. Agora, no Grupo Especial com mais recursos, pretende retomar a ideia do ano passado, que segue sob sigilo, mas deve surpreender.
União de blocos que resultou em escola de samba
No Carnaval de 2007, Os Protegidos da Princesa homenagearam Palhoça na Nego Quirido. Além de sentir-se prestigiada, a prefeitura apoiou a iniciativa e convidou o carnavalesco Márcio Schitz para criar uma escola de samba dentro da cidade. Já em 2011, com a criação da Liga de Acesso, que incluiu municípios da Grande Florianópolis no desfile de Carnaval, nasceu o Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Nação Guarani. O nome foi concebido em homenagem à cultura índigena, que é bastante forte na região.
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_ A partir de então, Palhoça encantou-se com o Carnaval, começou a preparar blocos e envolver a comunidade _ explica Schitz.
A Nação Guarani se estabeleceu na comunidade Caminho Novo, em Palhoça, sob a presidência de Schitz, que permanece até hoje no cargo. A sede abriga 400 integrantes, entre associados e diretoria, no Grecea, localizado na Rua Germano Spricigo. A rainha de bateria, Aicha Zindz, assim como todos os passistas e integrantes da corte da escola, são moradores do bairro.
Apesar dos quatro anos de história, a Nação Guarani participou apenas duas vezes do desfile oficial. Os projetos da escola começam a ganhar força. A criação da Associação Cultural Nação Guarani, que realiza oficinas de aperfeiçoamento de batuqueiros, corte e costura de adereçamento, é exemplo disso e deve dar base à participação da agremiação no Grupo Especial do Carnaval de Florianópolis em 2016.
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