Passava do meio-dia e um senhor tipicamente trajado atravessava a XV de Novembro carregando um bandoneon. Três e meia da tarde, em frente ao Mausoléu do Dr. Blumenau, moças com saias rendadas dançavam sem parar ao som das músicas de bandinhas.
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Seis horas e, ao invés do trânsito desanimador de todos os dias, a rua estava tomada por amigos, famílias, turistas, cadeiras de praia, caixas térmicas lotadas de gelo e cerveja, vendedores de churros, tiaras de flores, balões, pipoca e cacarecos daqueles que as crianças adoram pedir desesperadamente aos pais. Sinal de que estamos em tempo de Oktoberfest.
De olho no céu que ameaçava chuva, estranhando ou ignorando o atípico vento gelado, quem foi à XV ontem matou a saudade da festa, riu, bebeu, aplaudiu, cantou e dançou. Eram os jovens sempre empolgados, os idosos bem agasalhados trocando comentários com o forte sotaque germânico-blumenauense. Eram os turistas, que logo vão comprando trajes para se integrar aos locais e aos personagens já conhecidos da festa, que vivem a Oktober com dedicação e carinho.
Do lado de fora das grades, o público acompanhava com atenção a cada um dos 150 grupos. Os gritos de “uhul” aumentavam à medida em que os copos de chope eram distribuídos pelos carros. Além da cerveja, balas, cachorro-quente, caldo de cana e uma infinidade de brindes mimavam quem se aglomerava na calçada.
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O Vitor Ribeiro de Andrade era um dos espectadores. Há cinco anos ele criou um grupo de paulistanos que moram em Blumenau e ir aos desfiles virou parte do calendário de atividades deles:
– A gente faz uma espécie de camarote. Trago as bandeiras de São Paulo, de Blumenau e do nosso grupo, enfeitamos a área e fazemos a festa aqui mesmo.
O desfile de ontem era uma espécie de aquecimento para ele, que começa agora a receber amigos e parentes que visitam a cidade todos os anos durante a festa.
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Para o casal Isa e Ralf Manske, de 73 e 76 anos, o amor pelos netos que tocam na banda do colégio Duque de Caxias foi o que os trouxe à rua. Oma e Opa não disfarçavam o orgulho.
– É tudo lindo, mas eles são mais – dizia ela.
Sábado, às 16h, tem mais lindezas. Faça o favor de não perder esses momentos.