Os rios baixaram no Oeste mas deixaram a lama e muitos prejuízos. Ao voltar para casa moradores de Águas de Chapecó, um dos municípios mais atingidos pelo excesso de chuva na semana passada, tiveram que encarar a realidade de ver objetos que suaram para comprar, virar um monte de entulho. De acordo com o prefeito da cidade, André Tormen, foram atingidas 350 casas e pelo menos 30 estabelecimentos comerciais, além do balneário da cidade, que continua alagado.
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A pescadora Salete Pereira, de 45 anos, quase chorava ao jogar pia, armários, cama e outros objetos num monte de entulhos que era triturado e recolhido por uma carregadeira. Até o computador do filho que mora com ela, Luciano Pereira, que comprou a prestações, com o salário de auxiliar de produção, virou lixo.
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-Dá vontade de sair voando para não ver isso, é muito triste- lamentou. Quando a água veio, na quinta-feira, não deu tempo de retirar quase nada. Ela já enfrentou uma enchente no início da década de 90, quando perdeu a casa. Daí resolveu comprar a casa em um novo local, onde mora atualmente. Não adiantou.
-Pelo menos Deus deixou a casa para a gente recomeçar- disse. Outro filho, Dorival Pereira, que mora em Nonoai-RS, veio ajudá-la. E o cunhado dele, Adílio Cavalek, aproveitou que estava em férias e foi prestar solidariedade para as famílias.
Cerca de 30 agricultores e funcionários das prefeituras da região, como Saudades, Cunhataí, Planalto Alegre e Caxambu do Sul trabalhavam como voluntários na limpeza das casas, utilizando tratores e caminhões com tanques de água.
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Edson Luiz Staudt limpou primeiro a casa de sua mãe, depois o alojamento que alugou para outras seis famílias e, por último, iria limpar sua casa. O prejuízo foi de R$ 40 mil.
Mas há pessoas em situação pior. Vilson Zavistanovicz perdeu tudo o que tinha, inclusive um rack novo que tinha comprado há um mês. Não deu para aproveitar nem o forro da casa. Quando ele voltou do trabalho, na quinta-feira, sua casa já estava com a água no nível da porta. -Perdi tudo o que eu tinha- disse.
Ele, a mulher e a filha estão num ginásio cedido pela Prefeitura. Após a limpeza, ele pretendia voltar para casa com os colchões doados e tentar reconstruir a vida com a ajuda de doação de algumas mobílias.
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Cerca de 180 haitianos que moram no município e praticamente tinham somente as roupas, também perderam o pouco que tinham. Withny Dorvil conseguiu salvar uma mala com algumas roupas e documentos.
Cerca de 500 pessoas ficaram desalojadas ou desabrigadas. Mas, contando as pessoas que permaneceram no segundo piso das casas e os estabelecimentos comerciais os atingidos chegam a 1,5 mil, segundo o prefeito.
Ele afirmou que a maioria ainda permanece nos abrigos improvisados numa escola e em três ginásios, onde são distribuídas refeições e roupas. A prefeitura, com o auxílio de doações e da Defesa Civil, está atendendo as famílias. -Estamos as primeiras necessidades mas depois vamos precisar auxílio para mobílias e refazer algumas casas- disse. Tormen estima que dez casas foram levadas pela água ou ficaram inabitáveis após o alagamento.
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