A retomada do comércio local, greve dos servidores e a eleição da reitoria marcam o primeiro dia de volta às aulas presenciais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que ocorreu nesta segunda-feira (18).
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Os mais de 32 mil alunos voltam à universidade após dois anos de suspensão das atividades presenciais. A instituição cobra passaporte de vacinação e uso de máscara dos alunos matriculados.
Além disso, para utilização do restaurante, um esquema de agendamento foi implementado, justamente para evitar aglomerações.
A estudante de Letras Francês, Marina Schimit, de 20 anos, diz estar se sentido segura com as regras sanitárias impostas pela universidade. No ano passado, ela testou positivo para o coronavírus e, por ter bronquite asmática, apresentou fortes sintomas:
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— Quase fui internada — disse Marina.

Marina ingressou na UFSC pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2022. Moradora de Palhoça, a retomada marca o seu primeiro semestre na faculdade.
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Esta segunda-feira é também o primeiro dia de aula da estudante de Administração Júlia Amabile, de 18 anos. A moradora de São José contou que houve distribuição de máscaras para alunos que estavam sem o equipamento de proteção na sala de aula durante a manhã.
— Acho necessário continuar com o uso da máscara — opina a estudante.

A aluna diz que durante os dois anos de pandemia não teve muitas aulas on-line, já que estava no ensino médio e era de escola pública. Para entrar na universidade precisou fazer curso pré-vestibular:
— Vim pra cá porque sempre foi meu sonho — conta.
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Para acessar os locais de grande circulação dentro da universidade, os alunos precisam liberar a entrada a partir da leitura de um QR-Code, onde eles acessam um sistema de comprovação de vacinas. A estudante de Relações Internacionais, Mayara Souza, afirma ser importante a cobrança para garantir a segurança de todos.
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— Ainda preciso ver como funciona, mas vai dar certo — disse.

Retomada do comércio
Com o comércio interno da UFSC fechado desde o início da pandemia — em março de 2020 —, há grandes expectativas durante a retomada.
A sócia de uma livraria da universidade, Petula Rodrigues, diz que o atendimento dentro do estabelecimento durante os últimos dois anos foi feito apenas através de uma campainha.
Apesar disso, a vacinação dentro do Centro de Eventos, que trouxe uma grande circulação de pessoas para o local, colaborou para que a livraria sentisse um “fôlego” durante o período:
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— Ficou bem longe da realidade, com certeza. Mas uma coisa legal é que muitas pessoas que não vinham até aqui, passaram a conhecer a livraria.
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Na retomada, o estabelecimento está reformulando a equipe e pretende fazer eventos de roda de leitura e lançamento de livros.
— A expectativa é de que a gente consiga respirar com esse retorno — conta.
A livraria abre de segunda a sábado, das 9h às 19h e funciona dentro do Centro de Eventos da UFSC.
Expectativa de um novo reitor
O clima de eleição dentro da universidade mostra a disputa entre os dois candidatos do segundo turno para a nova reitoria da UFSC, que será definido em 26 de abril. Placas e painéis informam sobre a candidatura de Irineu Manoel de Souza (Chapa Universidade Presente ) e Cátia Carvalho Pinto (Chapa UFSC Viva).

A votação ocorrerá de forma presencial, com urnas eletrônicas do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE-SC). O vencedor fica à frente da reitoria no período de 2022 a 2026. O novo reitor deve ser apresentado em julho.
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Apesar de caber ao Conselho Universitário da UFSC votar para escolher a ordem da lista tríplice entre os candidatos a reitor, os conselheiros costumam manter a decisão da consulta à comunidade universitária.
A lista com os três nomes será enviada ao Ministério da Educação, após a votação, e quem nomea o novo reitor é o presidente da República.
Fim da calamidade
Na noite deste domingo (17), o ministro da saúde, Marcelo Queiroga, anunciou o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, instituída em fevereiro de 2020. A medida deve ser publicada no Diário Oficial até o fim de semana.
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Apesar do afrouxamento, o documento assinado por Queiroga ainda aconselha distanciamento mínimo de um metro no ambiente de trabalho, prazo de afastamento de 10 dias para funcionários com Covid e teletrabalho para integrantes de grupos de risco.
A decisão do ministro marca o fim das medidas impostas ainda no início da Covid-19 no Brasil. A pandemia, no entanto, é de responsabilidade da Organização Mundial da Saúde (OMS), que ainda não decretou seu fim.
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