Há muitos anos, num voo espacial, três astronautas ficaram em órbita, ora guiando em torno da terra, ora em redor da Lua. Um deles, Borman, olhando da imensidão imponderável a circunferência da Terra, falou pelo rádio em mensagem histórica: “Aqui de longe, nós vemos a Terra como uma bola maior que a Lua, rendada de nuvens que se embranquecem à luz fulgurante do Sol. Ela é muito pequena e muito bonita vista assim de longe. Quase não compreendemos que numa bola assim tão encantadora haja tanta miséria, tantas guerras, ódio e ganância…”

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Aqueles astronautas, em presença do infinito silencioso, distante do contexto terreno, giravam, naquele instante, numa estrada de paz e tranquilidade, sentindo, na mente e no espírito, como o Universo é um exemplo formidável de harmonia. Viram mundos girando, serenos, impassíveis, obedecendo às leis maiores do Poder Central que a tudo comanda. Uma lição do céu aos que vivem aqui. Uma mensagem de paz e reconciliação.

Os astronautas compreenderam tudo isso e sua mensagem é uma tentativa de chamar a atenção. Poucos sentiram ou sentem a expressão dessa mensagem. Talvez Borman tenha lembrado das promessas da antiga aliança de que falaram tanto e tanto prometeram os profetas, imaginando também a possibilidade de todos os humanos, formando uma corrente longa, subindo montanhas, descendo vales, atravessando oceanos e desertos, unindo países e continentes, em que todos de sorriso nos lábios aceitassem a disposição de uma vida de respeito mútuo, de amizade firme, enfim, uma corrente de paz, afirmada no senso que cada um terá condições de reunir todos na maravilhosa orquestra que embala a felicidade.