Não é nada fácil ser pai e mãe de vestibulando. Mesmo aqueles que reclamam da falta de compromisso dos filhos se assustam com as mudanças no comportamento dos jovens. Com a prova da UFSC marcada para os dias 14, 15 e 16 de dezembro, muitos parentes não sabem como lidar com o crescente nervosismo dos filhos, correndo o risco de atrapalhar ainda mais a preparação do jovem e seu desempenho no exame.
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Embora a principal intenção dos pais seja ajudar os filhos a se dar bem nos estudos, é muito comum os estudantes se sentirem pressionados também dentro de casa. Vanessa Simão, vestibulanda de Direito da UFSC de 17 anos, acredita que a função dos pais nem sempre seja interferir diretamente na vida dos filhos, mas que o apoio deles seja um fator muito importante em momentos como esses. Para a estudante, os pais não podem criar um clima de “juízo final” às vésperas da prova, botando em cheque toda a preparação anterior de seus filhos:
– Já me cobro o suficiente e a melhor coisa que meus pais poderiam fazer nesta semana é me manter o mais tranquila possível. Acho que é um momento muito pessoal e só quem está passando pela situação consegue entender. Tem muita gente com dificuldades e eu acho que a parte do psicológico é uma das mais importantes, por isso sempre mantive uma relação muito sincera com meus pais sobre tudo o que acontecia – conta Vanessa.
Como cada jovem reage de uma maneira diferente à proximidade com os pais é importante tentar entender que tipo de apoio o filho precisa. Às vezes, se afastar um pouco pode ser mais efetivo do que parece. Como explica a psicóloga educacional do COC Floripa, Alessandra Espíndola da Silva, alguns alunos reclamam da falta de atenção dos pais, enquanto outros reclamam de uma supervisão exagerada.
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– No fundo, todos gostam da atenção, mas é essencial conversar com o vestibulando para saber se ele realmente quer este tipo de cuidado. Às vezes, é melhor compartilhar experiências e dificuldades com o filho do que tentar agir como uma autoridade que sabe tudo. Dependendo da relação entre os dois, pode ser mais útil ajudá-lo no que diz respeito à alimentação e ao sono correto, por exemplo, do que tentar resolver a vida dele – explica Alessandra.
::: Uma semana antes
Ajude seu filho a manter a calma e não ultrapasse os limites da cobrança saudável. A época do vestibular já é um período de tensão para os jovens, então não adianta lembrá-lo várias vezes que o dia da prova está chegando. A função dos parentes neste período é cuidar dos ânimos dos jovens e ajudar na redução do estresse deles. Não tente forçar a barra, converse sobre qualquer outra coisa quando seu filho não quiser falar sobre vestibular.
::: Alguns dias antes da prova
Não adianta torcer para que seu filho estude agora o que ele não conseguiu no ano inteiro. Esta semana é um período para valorizar momentos de distração, leituras leves e bate-papo informal. Desencoraje-o a ficar até tarde na balada ou beber, por exemplo, mas não é interessante que ele passe os últimos dias antes da prova trancado no quarto. Ajude-o a encontrar o local da prova, separar material e conferir horários.
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::: Na véspera da prova
A pior coisa que um pai pode fazer é ficar mais nervoso que o filho. Caso seja inevitável, demonstre tranquilidade na frente dele. Seja otimista, mostre que o vestibular não será a coisa mais importante que ele enfrentará na vida. Também é essencial criar um ambiente calmo nos dias que antecedem a prova – não precisa transformar sua residência no lugar mais silencioso do mundo, mas tente controlar a bagunça e evite festas.
::: Nos dias de vestibular
Tudo o que os pais fizerem para agilizar a vida do vestibulando no dia da prova é útil: acordar mais cedo e preparar um bom café, oferecer uma carona ou separar material extra para ele levar, por exemplo, podem deixá-lo com energia extra. Caso ele almoce em casa, evite comidas gordurosas e privilegie alimentos leves. Saia de casa cedo para evitar correria – um golpe duro na concentração dos vestibulandos.
::: Logo após a prova
É muito importante não deixar seu filho entrar em pânico antes da publicação dos resultados. Se ele deixar a prova otimista, deixe-o aproveitar este sentimento. Caso não tenha se saído bem e saiba disso, é bom deixá-lo ciente que o vestibular não é o momento mais importante da vida dele. Não compare resultados e mantenha o ambiente tranquilo até sair a classificação, mas não crie um suspense exagerado.
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