Passar o portal de chegada da São Silvestre não é uma novidade para Eni Griss Costa. Neste ano vai ser a quinta vez que ela vai completar os 15km pelas principais ruas do centro de São Paulo em um 31 de dezembro. Mas não será mais uma corrida. Cada participação é especial para a senhora de 68 anos que mora em São José, na Grande Florianópolis. Esta ocasião será a primeira depois de ter superado um câncer na boca.
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Desde 2015 a senhora participa da prova. Dona Eni já correu São Silvestre saudável, doente, durante o tratamento e vai voltar curada. Nas duas últimas edições, superou as dores e os 15km altamente medicada. Debilitada, levou mais de meia hora em relação as participações anteriores, em que estava sadia. Nesta terça-feira, deve terminar o percurso com aproximadamente duas e horas e meia de prova, dores apenas do esforço físico e ainda mais feliz.
– Soube do diagnóstico no final de 2017, corri a São Silvestre carregada de morfina. Fui operada em janeiro de 2018, fiz rádio e quimioterapia, tudo. Fiquei cinco meses sem correr, passei quase um ano e meio sem poder falar. Há um mês e meio voltei a falar e minha alimentação ainda é por líquido. O câncer não me derrubou. Foram 179 corridas antes do câncer e esta São Silvestre será a minha medalha de número 240 – comemora antes de conquistá-la a senhora natural de Xanxerê e que mora há 43 anos na Grande Florianópolis.
Eni Griss não estará sozinha na manhã de 31 de dezembro, em São Paulo. A São Silvestre 2019 conta com 35 mil participantes, que esgotaram as inscrições praticamente um mês e meio antes do evento esportivo. A prova tem corredores de elite, inclusos estrangeiros, que vão aparecer na frente na transmissão pela NSC TV. Mas a maioria dos participantes são amadores, entre eles catarinenses.
Na edição do ano passado, foram mais de 700 corredores de Santa Catarina. A senhora corredora estava entre eles e no meio da festa. Mais que uma corrida ou um desafio, a São Silvestre tem esse espírito de celebração para os corredores. Foi isso que motivou dona Eni desde a primeira participação, em 2015.
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– Comecei a correr em 2012, mas ia nas corridas antes disso, levava meus filhos, incentivava para que praticassem esportes. Até que fiz uma vez, caminhando mesmo, ganhei medalha e inscrição para uma outra e não parei mais. Quem corre, acha que um dia tem que ir em uma São Silvestre. Foi o que aconteceu comigo. Para mim, era só uma vez. Mas quis ir na segunda, levar alguém comigo, e na outra tinha mais gente. Formamos uma turma, vamos fazendo festa na viagem – conta ansiosa por mais uma São Silvestre que vai prepará-la para o maior desafio de corredora em 2020: a primeira meia maratona.
São Silvestre 2020
As vagas para correr a São Silvestre 2019 foram esgotadas ainda na primeira quinzena de novembro, ao custo de quase R$ 200 cada. Famosa pela transmissão televisiva e tradicional por seu tempo de existência – esta é a 95ª edição -, a corrida pelo centro de São Paulo mexe com o imaginário de corredores amadores e fascina também quem se interessa mas não corre.
Que tal entre as resoluções de Ano Novo colocar a São Silvestre 2020 como desafio do ano?
As inscrições costumam ser abertas no mês de agosto. Ainda antes, o corredor – ou futuro corredor – pode começar a se preparar e a se programar.
A São Silvestre tem percurso de 15km. Para corredores habituados a provas de 10km, até três meses de treinamentos direcionados para o evento em São Paulo é suficiente. Para quem pretende correr pela primeira vez, o aconselhado é que a preparação tenha entre seis e 10 meses antes da prova.
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A orientação é que consulte um médico antes de praticar atividade física regularmente. Depois, que procure um profissional de educação física ou assessoria esportiva para montar o programa de treinamento, que vai envolver corrida (três vezes na semana) e também fortalecimento muscular.