Na temporada passada, Tiago Splitter esteve por um triz de ser o primeiro brasileiro campeão da NBA. Mas “detalhes” ou “azar”, como define, acabaram favorecendo o Miami Heat. O resultado não diminuiu as expectativas do San Antonio Spurs, que manteve a base para buscar novamente o anel de campeão. E nesta base se inclui o pivô catarinense, que teve seu contrato renovado por quatro anos. Splitter falou com o DC por telefone para comentar sobre a temporada que está por vir.
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Diário Catarinense – O Spurs esteve perto do título na temporada passada. Como a equipe se reapresenta para este ano?
Tiago Splitter – Foi uma final espetacular, mas infelizmente não ganhamos. Sabemos que fizemos um bom ano, que estivemos perto de ganhar, por isso temos que tentar fazer a mesma coisa. Perdemos os jogos finais por detalhes, por azar, ou pelo que seja. É importante termos todo mundo saudável na temporada para chegar bem nos playoffs.
DC – Em três anos, você passou de reserva a titular absoluto, tanto que renovou com a equipe. Como foi esta evolução?
Splitter – É um processo normal. Todos entram na NBA como novatos, todos vêm sem conhecer a Liga, sem conhecer seus times. Foi algo que aconteceu aos poucos, conhecendo meus companheiros, me adaptando ao sistema de jogo, conhecendo a forma de pensar do meu técnico. É uma progressão natural.
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DC – Quais são os principais favoritos para esta temporada?
Splitter – O principal continua sendo o Miami. Existem muitos times fortes, como o Oklahoma City Thunder, que no ano passado perdeu o Westbrook (por lesão). O Los Angeles Clippers e o Houston Rockets vêm se renovando muito. Golden State Warriors fez uma grande temporada no ano passado. Tem o Memphis Grizzlies também. Será complicado ficar entre os três melhores da conferência.
DC – Qual sua opinião sobre as vaias que Nenê recebeu no jogo da NBA no Brasil?
Splitter – É complicado. Acho que a maioria das vaias veio por conta de todas essas dispensas da Seleção, e ele é um cara que teve muitos motivos para isso. Ele teve vários problemas, câncer, lesões. Talvez seja a falta de comunicação com a imprensa, que não deixou claro o que acontecia. Às vezes as pessoas não entendem isso e é uma pena, porque ele é um grande jogador, um dos brasileiros mais respeitados aqui na NBA.
DC – A Confederação Brasileira de Basquete divulgou que os jogadores da NBA – inclusive você – confirmaram presença no Mundial caso o Brasil receba um convite. Procede a informação?
Splitter – Com certeza. Todo mundo tem vontade de jogar um Mundial. Eu sempre tive vontade de defender a Seleção, só não fui ao Sul-Americano porque estava com problemas com meu contrato. Eu também precisava de um tempo para minha família, de um tempo para descansar após 13 anos seguidos com a Seleção. Eu estou com vontade de jogar e acho que o Brasil merece muito ser convidado.
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DC – Como você vê o futuro da Seleção?
Splitter – Há uma geração que vem jogando junta há um tempo, que esteve em Londres. Acho que no Rio será diferente, devem vir alguns novos jogadores, talentos que estão crescendo, que precisam dessa bagagem internacional. E só com jogos e tempo isso virá, não existe outra fórmula.
DC – Como você enxerga a formação de atletas no Brasil atualmente?
Splitter – A única forma de o basquete brasileiro melhorar é pela massificação. É colocar o basquete nas escolas, é todo mundo ter acesso a uma quadra, a uma bola. Onde eu morei, quando era pequeno, eu tive isso. Sei que fui privilegiado e não são em todos os lugares que existe isso. Em Blumenau, por sorte, a gente tem uma oportunidade de jogar. Não é nada do outro mundo, mas existe.
DC – Para finalizar, quais são suas aspirações pessoais para a temporada?
Splitter – Minha meta pessoal é ajudar o time a ganhar. Desde que eu cheguei aqui, o Gregg Popovich (treinador) me colocou o objetivo de ajudar o time a vencer. Ele não quer que eu seja o cestinha do time, não quer nada desse tipo. Ele quer que eu contribua com o time, e também é isso que eu quero. Quero ver o Spurs jogando nos playoffs, jogando uma final de novo.