Visto das arquibancadas, o homem que comanda o Joinville na beira do campo há mais de dois anos já rendeu impressões muito diferentes. Havia uma nuvem de desconfiança quando Hemerson Maria assumiu o JEC, em dezembro de 2013, com a missão de quebrar o jejum sem títulos no Catarinense que estava por vir.

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A taça ficou com o Figueira, mas o vice-campeonato o deixou respirar. Meses mais tarde, ele escutaria seu nome cantado em coro pelas vozes tricolores ao levantar um caneco maior e único na história do clube: o de campeão da Série B. Só que a lua de mel durou pouco e, já nas primeiras rodadas do Catarinense 2015, o futuro do treinador voltou a ser um ponto de interrogação – ao menos até ele ressuscitar a equipe numa classificação tardia e levá-la à final.

Seja sobre a corda bamba ou nos momentos de unanimidade, Hemerson Maria mantém firme seus princípios: não admite corpo mole, vaidade e faz valer a fama de cobrador, mas também não perde o jeito “paizão” de quem serve de escudo ao grupo mesmo nas piores derrotas. Vê-lo criticar um atleta aos microfones é tão improvável quanto encontrá-lo sem boné em dia de treino.

Talvez por abrir mão de métodos mirabolantes e acreditar na fórmula trabalho-resultado, Hemerson Maria faz mais o perfil de motivador do que de estrategista, como se costuma dizer. Mas não há uma só entrevista coletiva em que ele deixe de detalhar posturas táticas do próprio time ou do adversário.

Aliás, o técnico faz questão de corrigir ou contrariar observações dos repórteres quando julga necessário. Em alguns momentos, também não esconde a inquietação com a cobrança da imprensa, reflexo natural de uma torcida exigente. Se com razão ou não, Hemerson Maria responde como o pai que cuida da cria. Um pai que venceu mais do que perdeu, é verdade. E que quer vencer mais uma vez.

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FRASES DO COMANDANTE

“O meu trabalho, o sucesso que tivemos neste ano e o apoio da minha família, essas coisas me fazem sorrir”, ano passado, após a conquista da Série B.

“Temos que tirar a roupa de campeão, guardar no armário, conservar bonitinha, mas temos que esquecer”, no início deste ano, sobre a preparação para a temporada.

“Seria bom se 2014 não tivesse acabado e continuasse em 2015, mas não é assim. Temos que partir em busca de novos desafios. Temos que ir buscar o título do Catarinense”, no início deste ano.

“O Catarinense, sem sombra de dúvidas, é um dos campeonatos mais competitivos do Brasil. É um apelo regional muito grande”, no início deste ano, às vésperas da competição.

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